Nos últimos 12 meses, 27,2% de um total de 217 pessoas vivendo com HIV e Aids perderam o emprego ou a fonte de renda, por causa de sua condição

Um levantamento do Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids (Unaids) e outras sete organizações, divulgado nesta semana, revelou que o estigma contra pessoas com HIV ou Aids ainda é recorrente, sendo praticado até por profissionais de saúde.

Em relatório com foco na cidade de Salvador, as entidades publicitaram os números relativos a direitos humanos e também à esfera profissional.

Nos últimos 12 meses, 27,2% de um total de 217 pessoas vivendo com HIV e Aids perderam o emprego ou a fonte de renda, por causa de sua condição. Após ouvir 119 pessoas soropositivas, foi constatado que somente 26,9% delas informaram sobre a infecção aos respectivos empregadores.

A discriminação também acontece por meio de agressões físicas e assédios verbais, relatados por 6,8% e 20,8% dos entrevistados, respectivamente. Os entrevistados destacaram comentários discriminatórios ou fofocas de não familiares como a forma mais frequente de discriminação. No entanto, o comportamento foi apontado por 50,2% como existente também entre membros da própria família.

A rede de saúde também foi apontada como um ambiente hostil às pessoas soropositivas. Durante atendimentos, os pacientes notaram que profissionais de saúde evitaram contato físico ou tomaram precauções por causa da sorologia positiva para o HIV (9,6%); fizeram comentários negativos ou fofocas (8,4%) em relação a eles; e revelaram a outras pessoas a sorologia positiva para HIV, sem sua autorização (9,6%).

O levantamento foi aplicado em Manaus, São Paulo, Recife, Rio de Janeiro, Brasília, Salvador e Porto Alegre.

Leia a versão integral do relatório referente a Salvador.