Estudante é absolvida em caso de fraude no vestibular de Medicina da PUC Goiás

10 março 2025 às 14h30

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A fraude no vestibular de Medicina da Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC-GO), que veio à tona em 2015, teve novos desdobramentos recentes. O Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1) absolveu uma das acusadas, considerando que não havia provas suficientes para sustentar sua participação no esquema. Além disso, a punibilidade de três réus foi extinta devido à prescrição, enquanto as condenações de seis outros envolvidos foram mantidas.
A absolvição da estudante foi decidida pela 4ª Turma do TRF-1, que entendeu que as provas apresentadas não eram suficientes para comprovar a materialidade e a autoria dos crimes de fraude em certame público e associação criminosa, pelos quais a ré havia sido condenada a um ano e seis meses de prisão em primeira instância.
O relator do caso, desembargador federal Marcos Augusto de Sousa, ressaltou que a acusação não conseguiu demonstrar com clareza a participação da acusada no esquema criminoso.
A defesa da ré, conduzida pelo advogado Gilles Gomes, argumentou que não havia evidências consistentes contra ela, contestando a delação premiada de outros acusados, que mencionaram seu nome sem apresentar provas substanciais. A acusada, por sua vez, negou envolvimento no esquema e afirmou que os acusadores eram seus colegas de curso, mas não soube indicar as razões de sua incriminação.
Além da absolvição, o tribunal também extinguiu a punibilidade de três réus, com base na prescrição, e manteve as condenações de seis acusados. O caso teve grande repercussão, principalmente porque a PUC-GO foi uma das vítimas da fraude, que envolveu a manipulação de provas do vestibular de Medicina.
O esquema de fraude e os envolvidos
A fraude no vestibular de Medicina da PUC-GO foi descoberta após uma investigação interna da universidade, que levantou suspeitas sobre a lisura do processo seletivo. O esquema consistia em recrutar “pilotos”, que se inscreviam no vestibular e realizavam as provas em nome dos candidatos reais. Após a realização da prova, os gabaritos corretos eram repassados para os candidatos fraudulentos por meio de aparelhos celulares.
Esses “pilotos” eram remunerados pela participação no esquema, e o preço do gabarito poderia alcançar até R$ 80 mil. Além de Goiás, a quadrilha atuava em outros estados e no Distrito Federal, o que ampliou a abrangência da fraude. Como resultado, vários estudantes foram expulsos da PUC-GO, e a universidade tomou medidas rigorosas para apurar o ocorrido.
Apesar da absolvição de uma das envolvidas e da extinção da punibilidade de três réus, o caso continua a gerar discussões sobre a segurança e a credibilidade dos processos seletivos em instituições de ensino superior, além de refletir sobre os impactos da fraude no sistema educacional.
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