“Estava disposta a passar por cima disso pelo Brasil”, diz Ludhmila Hajjar sobre ameaças
15 março 2021 às 16h06

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Cardiologista goiana que recusou convite para ser ministra da Saúde aponta que Brasil precisa de ação direta rápida para conter a pandemia

A médica goiana Ludhmila Hajjar disse em entrevista à GloboNews na tarde desta segunda-feira, 15, que teve o celular vazado durante campanha de difamação contra ela nas redes sociais. “Pelo Brasil, estava disposta a passar por isso. Mas me assustei”, disse.
Ela relatou ainda que sofreu ameaças e tentativa de invasão ao hotel em que ela estava hospedada em Brasília. “Eu só posso pensar que se trata de pessoas que querem que o Brasil dê errado”, apontou. “Eu sonhava em passar visita em hospitais, em montar um protocolo rápido, em salvar as pessoas. É isso o que me motivou”, diz sobre o convite feito pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido).
Ludhmila Hajjar afirmou, no entanto, que ficou assustada, mas que recebeu apoio de ministros do Supremo Tribunal Federal e do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP). “O Brasil é preciso de um resultado imediato. Não esperava que fosse acontecer. O grande ponto é ausência de convergência. Tentaram fazer uma campanha de difamação. Sou uma pessoa que 24 horas atende paciente e estuda”, reforçou.
Vacina
A cardiologista afirma que é preciso estabelecer união nacional para aquisição de vacinação para que o plano de imunização seja disseminado de maneira eficiência. “Já perdemos tempo com a vacina. O Brasil tem que falar com a OMS com o mundo todo. Esperar que a população seja vacinada em dezembro, vamos perder muitas vidas”, continua.
Ludhmila Hajjar apontou que a falta de estratégias imediatas faz com governadores fiquem desesperados e anunciem toque de recolher e ‘lockdown’. No entanto, para haver redução de mortes é preciso de respaldo científico e técnico para que haja restrição de movimentação de pessoas em várias regiões do país. Para isso é necessário de um Ministério da Saúde forte.
Abertura de leitos com capacitação estrutural e humana. “As cidades que têm 300 a 500 pessoas precisando de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) não é esperar vacina. Tem que atender a essas pessoas. Para isso é preciso ter médico, enfermeira, fisioterapeuta, ter leito, respirador. Isso faz parte de um protocolo de tratamento”, criticou.