Esposa acusa vereador de Porangatu de agressão; parlamentar nega e diz que defendeu filha de puxões de cabelo
17 julho 2023 às 20h55
COMPARTILHAR
A mulher de um vereador de Porangatu, a 400 quilômetros de Goiânia, acusa o marido de agressão. De acordo com o relato da vítima à Polícia Civil, a violência teria ocorrido no domingo, 16, após uma discussão. Elaine Cristina Francisco Gomes relata que, após as discussões, o marido, o vereador Gildemar de Morais, conhecido como “Fusquinha”, teria pegado uma bengala e desferido um golpe contra ela. A vítima diz que conseguiu se defender com o braço. Ao Jornal Opção, o vereador, que negou a ação violenta, disse que tentou defender a filha de 8 anos de agressões por parte da mulher.
A vítima conta que é casada com o vereador há 10 anos e que, ao longo do relacionamento, as agressões verbais foram constantes. Ela, que pediu medida protetiva contra o marido, diz que já havia registrado outro boletim de ocorrência contra o vereador, mas que retirou a queixa a pedido dele.
Elaine Cristina narra que, quando o marido chegou em casa, por volta das 18h30, eles começaram a discutir por causa de situações ocorridas em uma chácara. E sublinha que, no decorrer das discussões, o político teria se irritado e pegado uma bengala. “Quando ele veio com a bengala, eu estava na porta da rua. Então, ele veio para me bater com a bengala e eu coloquei o braço. Quando coloquei o braço, ele bateu-a em mim e ela quebrou. A minha filha começou a me agredir com palavras e eu dei um tapa nela e pedi para me respeitar”, relata.
Vereador Fusquinha narra agressões à filha
Gildemar conta que passou o final de semana na chácara da família com os filhos e a família da vítima. “Quando chegou na fazenda, ela surtou, veio embora e deixou todo mundo lá”, relata. “Quando eu cheguei em casa com meus dois filhos, ela começou a me ofender com palavras, me xingando de malandro, de moleque. Eu simplesmente entrei para o banheiro e fui tomar banho, não falei nada com ela. Eu me arrumei para ir para a igreja e Elaine Cristina sempre atrás de mim e meus meninos falando que iam para a igreja comigo. Então ela falou que os meninos não iam comigo. Ela ficou na porta do carro e não queria deixar eu pegá-lo”, narra.
Acompanhado da filha de 8 anos, Gildemar relata que, neste momento, sua mulher começou a gritar. “Como tem transtorno, minha filha está em tratamento com psiquiatra. O médico está verificando se tem autismo ou TDAH. Elaine Cristina começou a gritar e a espancar a menina. Puxou o cabelo da menina, que começou a gritar. Eu peguei no braço dela e comecei a puxá-la para retirá-la da menina. Foi só isso”, explica.
O vereador nega a agressão. “Isso não procede.”
O político sustenta que sua mulher está se automedicando e que toma diversos remédios para dormir. “Está tomando seis tipos de remédios sozinha — como ritalina, quetiapina, sertralina —, então há os efeitos coletarias desses remédios. Todo tipo de remédio que falam que é pra dormir, ela toma. Ela está com problema.”
Mãe da vítima confirma agressão mas defende vereador
A mãe de Elaine, Rita, saiu em defesa do vereador e disse que a neta de 8 anos ligou depois da confusão para contar o que havia ocorrido. “Mas ela não falou qual foi o tipo de agressão. O negócio não foi bem assim”, disse ao Jornal Opção.
“Ela estava discutindo com Gildemar, que estava se arrumando para ir pra igreja. Aí ela começou a gritar com ele e a menina pediu para calar a boca e parar de gritar.” Em seguida, segundo Rita, Elaine Cristina teria pegado a menina pelos cabelos. “Enrolou o braço dela e ficou suspendendo a menina pelo cabelo. Ele pediu para Elaine, mas ela não soltou.”
Rita relata que foi nesse momento que a agressão teria ocorrido. “Ela tem essa bengala e foi a única coisa que ele achou foi a bengala. Mas a bengala não quebrou com a batida que ele deu no braço dela. Tenho certeza que quebrou depois.”
Leia também:
Aprovada proibição de guarda compartilhada em casos de violência doméstica
“Não existe luta por igualdade sem o combate efetivo à violência doméstica”, diz Gracinha