Especialista alerta para impacto de fake news no aumento dos casos de doenças graves

29 julho 2018 às 15h38

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Segundo médico infectologista, nenhuma outra medida é tão eficiente quanto a vacina
Relatório divulgado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em parceria com o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) aponta aumento significativo nos casos de sarampo – doença infecciosa grave – no mundo inteiro. Os números mostram que entre janeiro e abril de 2018, foram registrados mais de 79 mil casos da doença, contra 72 mil no mesmo período em 2017.
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O número é preocupante e acompanha a queda no índice de vacinas em crianças e em bebês, que vem diminuindo. Segundo dados da Secretaria de Saúde do Estado de Goiás, a cobertura vacinal até maio de 2018 chegou a 64,05%.
O Programa Nacional de Imunizações (PNI) do Ministério da Saúde registrou queda na proteção contra a poliomielite, doença que causa paralisia. De 98% em 2015 para 77% no ano passado em todo o País. O Ministério emitiu um alerta para evitar o retorno de doenças como a poliomielite e outras que já tinham sido erradicadas ou controladas no passado e que, diante do atual cenário de baixa vacinação, podem voltar a ser confirmadas no País, como é o caso do sarampo.

Neste cenário, a divulgação de fake news que dizem respeito aos perigos de vacinação, impactam no controle de doenças. Boatos, já negados por conselhos de medicina, afirmam que vacinas podem estar relacionadas com o desenvolvimento de uma síndrome intestinal e sintomas de autismo em crianças ou até que possuem mercúrio.
De acordo com o médico Alberto Chebabo, infectologista que integra o corpo clínico do Laboratório Atalaia, em entrevista ao Jornal Opção, a experiência e pesquisa com vacinas é muito grande. “O riscos de efeitos adversos são muito baixos. Na grande maioria das vezes, a doença é sempre muito mais perigosa que qualquer risco associado à vacina”, disse.
O especialista afirma que não existe nenhuma justificativa para não se vacinar ou vacinar os filhos. “A vacinação mudou a história da medicina. Ela é segura. Antes, doenças como sarampo, poliomielite, que são muito graves, matavam uma quantidade enorme de pessoas. Hoje, as pessoas não têm mais medo dessa realidade por não verem mas essas doenças”, alertou.
Alberto lembra ainda que o programa de vacinação brasileiro é considerado um dos melhores do mundo, o que ajudou para erradicação de doenças a índices quase zero. “Nenhuma outra medida é tão eficiente”, finalizou.