Em UTIs do SUS, 52,9% dos pacientes com Covid-19 morrem, aponta estudo
01 abril 2021 às 18h54

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Na rede privada, mortes chegam a 29,7% nos leitos de UTI

Dados da Associação de Medicina Intensiva Brasileira (Amib) apontam que 36% dos pacientes com Covid-19 que vão para uma Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) morrem. O levantamento corresponde a informações de 652 hospitais, cerca de 25% das UTIs no país. Dentre eles, 403 são da rede privada e 249 da rede pública.
Proporcionalmente, 52,9% das mortes nas UTIs pelo novo coronavírus ocorrem no SUS. Já na rede privada, os óbitos chegam a 29,7%. Segundo Ederlon Rezende, ex-presidente da Amib ao Jornal Estado de S. Paulo, o SUS recebe pacientes com quadro mais agravado nas UTIs.
“Quando a gente fala de UTI pública e privada, a primeira coisa a se observar é o percentual de pacientes sob ventilação mecânica, ou seja, os casos mais graves”, disse. “Nos hospitais públicos, isso representa cerca de 65% das pessoas atendidas, enquanto que nas UTIs privadas é 40%”, informou.
Rezende explica que 72,4% dos pacientes intubados são internados na rede pública e 63,6% na privada. Entre os que não necessitam de ventilação, a taxa de mortalidade é de 17,1% no público e 7,6% no privado. Outro fator que aumenta as chances de óbito é a espera por leitos, que ocorre em frequência muito maior no SUS. “Quando há fila para conseguir uma vaga na UTI, especialmente agora com o sistema colapsado, o paciente chega com o quadro agravado. Isso compromete o desfecho, aumentando o risco de morrer”, concluiu.