Petista Fernando Pimentel lidera a sucessão no Estado de Minas Gerais. Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/ABr
Petista Fernando Pimentel lidera a sucessão no Estado de Minas Gerais. Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/ABr

No segundo maior colégio eleitoral, Minas, os números da pesquisa do Ibope oferecem ao PSB do presidenciável Eduardo Cam­pos a oportunidade de ser decisivo, com a Rede da vice-presidenciável Marina Silva, no se­gun­do turno para governador. Logo eles, Campos e Marina, que e­ram os menos pretensiosos quanto à eleição ao governo mineiro.

A dupla desejava não mais do que ter um palanque mineiro à disposição da chapa presidencial do PSB-Rede para marcar presença no Estado. Ocupar o território com candidato próprio, que poderia ser o ambientalista Apolo Heringer, como desejava Marina para colocar holofote sobre um militante da Rede, o partido que gorou no Tribunal Superior Eleitoral. No fim, ficaram com o ex-deputado Tarcísio Delgado.

Agora veio a pesquisa e colocou na liderança Fernando Pimentel (PT), velho amigo da presidente Dil­­ma, com 25% da preferência dos eleitores. A seguir, o tucano Pimenta da Veiga, que representa o presidenciável e ex-governador Aécio Neves, como opção de 21% dos mineiros. Entre os dois favoritos, há um equilíbrio.

Aí, surgiu a incógnita Tarcísio Delgado (PSB). Abaixo deles, em terceiro, com 3% de apoio. Ele que entrou na disputa apenas para garantir o palanque, cedeu-se ao apelo de Campos e de seu próprio filho Júlio Delgado, deputado pelo PSB deles. Agora, todos eles podem decidir a eleição mineira em conjunto com a sucessão presidencial.

A incógnita está na tendência do PSB-Rede quanto aos dois segundos turnos, o de Minas e o presidencial. Campos fez história com o PT de Lula, de quem foi ministro da Ciência e Tecnologia. Depois se afastou do governo para ter vida própria com o PSB. Aproximou-se de Aécio Neves numa inclinação de ambos a aliança no segundo turno federal.

Veio Marina, levou a Rede, aliou-se a Campos e impôs a distância deles a Aécio. A inclinação anterior de Campos era apoiar o PSDB na disputa pelo governo de Minas. Mas Marina insistia na candidatura de Apolo Heringer, sem experiência eleitoral. Então se chegou a Tarcísio Delgado, deputado da antiga ala autêntica do MDB.

O movimento das contradições entre Campos e Marina sugere que, na negociação do segundo turno, eles podem assumir qualquer posição. Tanto apoiar Dilma ou Aécio quanto ter apoio do tucano se ele não chegar lá.
Na opção entre Pimentel e Pimenta, a decisão deve ser uma cláusula do acordo maior, o presidencial. Segundo o Ibope, Aécio tem 41% dos votos em Mi­nas. Dilma, 31. Campos, 5 pontos.