Em Goiás, docentes e sindicato divergem quanto à greve das universidades
16 abril 2024 às 12h18
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Nesta segunda-feira, 15, cerca de 18 universidades federais entraram em greve para exigir melhorias nas condições de trabalho dos professores. Atualmente, existem 67 instituições vinculadas ao Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes). Entre essas, 41 já estão mobilizadas.
Em Goiás, há três universidades federais: Universidade Federal de Goiás (UFG), Universidade Federal de Catalão (UFCAT) e Universidade Federal de Jataí (UFJ). Entretanto, elas não aparecem nas listas de instituições que aderiram à greve.
Na contramão à posição das federais em Goiás, o Movimento Docentes pela Democracia no Estado, que tem como um dos coordenadores o professor Sinval Martins de Sousa Filho, fará uma caravana para participar do ato na próxima quarta-feira, 17. De acordo com ele, já conseguiram ônibus para transportar os professores até Brasília.
O Sindicato dos Docentes das Universidades Federais de Goiás (Adufg-Sindicato) não aderiu ao movimento. Mesmo assim, Sinval afirma que “tem Comando de Greve constituído pela base” tanto na UFCAT quanto na UFJ. Ou seja, existem professores que aderiram à greve mesmo à revelia do sindicato, o que reflete uma dificuldade do Andes em construir um discurso alinhado para a classe.
De acordo com o jornal O Globo, três instituições já haviam paralisado as atividades na semana passada. Nesta segunda, outras 18 entraram em greve. Além disso, cinco anunciaram previsão de greve e oito emitiram alerta de que podem entrar em greve, totalizando 34 instituições.
O Ministério da Educação promoveu reajuste de 9% para todos os servidores no ano passado, menos da metade do que está sendo solicitado pelos docentes. A correção salarial seria feita somente em 2025 e 2026, com reajuste de 4,5% em cada ano. Porém, os docentes negaram a proposta.
Dessa forma, os professores demandam um reajuste salarial de 22%. A proposta de reajuste afirma que deve-se dividir esse aumento em três parcelas iguais e anuais de 7,06% — sendo a primeira ainda em 2024 e as demais nos dois anos seguintes. Eles pedem também a equiparação dos auxílios e benefícios com os servidores do Legislativo e do Judiciário.
Confira a nota da Adufg na íntegra:
O Adufg-Sindicato informa que qualquer decisão a respeito de uma possível greve ou paralisação envolvendo os professores das universidades federais localizadas em Goiás será tomada pela categoria, pois a entidade sindical é autônoma e não uma seção sindical. As assembleias extraordinárias para tratar da campanha salarial, bem como as formas de mobilização, já estão marcadas, conforme o seguinte cronograma: 23 de abril, com docentes da Universidade Federal de Catalão (UFCat); 25 de abril, com docentes da Universidade Federal de Goiás (UFG); e 30 de abril, com docentes da Universidade Federal de Jataí (UFJ).
Importante ressaltar que a Proifes-Federação – entidade à qual o Adufg-Sindicato é filiado -, entregou ao Governo Federal uma contraproposta de reestruturação da carreira do Magistério Superior e do EBTT. O documento prevê, entre outras questões, reajuste salarial em 2024, 2025 e 2026. A entidade, inclusive, foi convocada para uma nova reunião da Mesa Específica e Temporária de Educação do Magistério Federal, que será realizada na próxima sexta-feira (19/04), em Brasília, onde é aguardado um retorno para a proposta apresentada. Portanto, as negociações, até o momento, ainda estão em andamento.
As decisões no âmbito da UFG, da UFCat e da UFJ serão tomadas por meio do diálogo com toda a categoria. Greve é uma ferramenta para o trabalhador e deve ser usada de forma eficiente, inteligente e no momento certo.
Diretoria do Sindicato dos Docentes das Universidades Federais de Goiás
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