Em discurso na Cúpula do Brics, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) divulgou a sua pauta de taxação dos ‘super-ricos’ como forma de combate à fome. Lula discursou por videoconferência na cúpula. O presidente iria presencialmente ao evento mas, por conta de uma queda no banheiro do Palácio da Alvorada, precisou cancelar a viagem.

“Quero agradecer o apoio que os membros do grupo têm estendido à presidência brasileira do G20. Seu respaldo foi fundamental para avançar em iniciativas que são fundamentais para a redução das desigualdades, como a taxação dos super-ricos. Nossos países implementaram nas últimas décadas políticas sociais exitosas, que podem servir de exemplo para o resto do mundo”, disse Lula.

A fala do presidente durou cerca de 7 minutos. A reunião é coordenada pelo presidente da Rússia, Vladimir Putin, que está no comando rotativo do bloco. Em 2025 o Brasil comandará o Brics.

“A Aliança Global contra a Fome e a Pobreza já está em fase avançada de adesões. Convido todos a se somarem à iniciativa que nasceu no G20, mas está aberta a outros participantes”, disse.

Outro ponto citado por Lula no discurso foram as mudanças climáticas. No discurso, o presidente afirmou que o Brics é um ator “incontornável” para cumprir as metas do acordo de Paris, que visam limitar a elevação da temperatura média global a, no máximo, 1,5ºC em relação aos níveis pré-industriais.

“Não há dúvida de que a maior responsabilidade recai sobre os países ricos, cujo histórico de emissões culminou na crise climática que nos aflige hoje. É preciso ir além dos 100 bilhões [de dólares] anuais prometidos e não cumpridos. E fortalecer medidas de monitoramento dos compromissos assumidos”, afirmou.

“Os dados da ciência exprimem um sentido de urgência sem precedentes. O planeta é um só, e seu futuro depende da ação coletiva. Também cabe aos países emergentes fazer sua parte”, continuou, lembrando que o Brasil sediará a Cúpula do Clima (COP) de 2025, em Belém.

Por fim, o presidente criticou as guerras que acontecem no Oriente Médio, entre Israel e Hamas, e no leste europeu, entre Ucrânia e Rússia. Lula classificou a Faixa de Gaza de “maior cemitério de crianças e mulheres do mundo”.

“Como disse o presidente Erdogan na Assembleia Geral da ONU, Gaza se tornou o maior cemitério de crianças e mulheres do mundo. Essa insensatez agora se alastra para Cisjordânia e para o Líbano. Evitar uma escalada e iniciar negociações de paz também é crucial no conflito entre Ucrânia e Rússia”, declarou.

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