Em audiência com manifestantes, Raquel Teixeira afirma que implantação das OSs é irreversível

15 janeiro 2016 às 08h37

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Secretária de Educação pediu aos alunos e representantes das ocupações para contribuir com o modelo de gestão compartilhada: “Estou aberta ao diálogo”

A secretária de Educação, Cultura e Esporte, Raquel Teixeira, participou na tarde da última quinta-feira (14/1) de uma audiência organizada pelo Conselho Estadual da Juventude (Conjuve).
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O diálogo reuniu três representantes do movimento que ocupa 24 escolas estaduais e protesta contra as Organizações Sociais na Educação.
Mediada pela vice-presidente do Conjuve, Aava Santiago, a audiência teve como foco a discussão sobre o papel da gestão compartilhada nas escolas e suas implicações a alunos e professores
Um aluno do Colégio Estadual Robinho Martins de Azevedo compôs a mesa e teve 20 minutos para abrir o diálogo. Durante o período, o estudante fez uma série de perguntas à professora Raquel Teixeira. Também compartilhou a fala com outros dois representantes do movimento: um aluno do Colégio Estadual Murilo Braga e outro do Colégio Estadual Jaime Câmara — este não está na lista de escolas ocupadas.
O grupo de alunos fez questão de frisar que as escolas não serão desocupadas. Além de solicitar a revogação da implantação das OSs, os estudantes também pediram a reabertura do Colégio Estadual José Carlos de Almeida.
Segundo a Seduce, a unidade escolar foi fechada em 2014 por déficit de matrículas e os alunos foram alocados em outras unidades.
Quando questionada sobre os rumores de que o Colégio Estadual Pedro Gomes seria fechado, Raquel Teixeira refutou a informação e reafirmou que a unidade vai permanecer aberta.
Mudança vai acontecer
Durante o evento, a titular da Secretaria de Educação, Cultura e Esporte (Seduce) reafirmou que o modelo será testado, sim, e que não há possibilidade do Estado voltar atrás.
“A implantação das OSs é uma determinação de governo, vai acontecer. O que fizemos nos últimos meses foi estudar um modelo interessante para os alunos, professores e sociedade em geral”, garantiu.
Ainda na justificativa, ela asseverou que todos os direitos estão garantidos. “Estamos chamando parceiros para nos ajudar a ter uma escola mais limpa, mais segura, mais organizada. Nosso objetivo é garantir um modelo bom e quero a contribuição de vocês. Conversem comigo, opinem, nós precisamos de boas ideias e podemos incluí-las no projeto”, completou.
A audiência também abriu espaço para exposição de opiniões de conselheiros e demais presentes, como professores da Universidade Federal de Goiás que marcaram presença. Sabrina Garcez, representante da sociedade civil, disse que a Educação precisa passar por um processo de melhoria. “Falo como cidadã, não como conselheira. Sou entusiasta desse modelo, acho que vale a pena experimentar”, comentou.
Raquel tornou a convidar os representantes das escolas ocupadas para mais conversas e propôs o levantamento de sugestões que pudessem melhorar a educação pública. “Estou aberta ao diálogo, eu quero ouvir o que vocês têm a dizer”, disse.
A secretária também frisou fazer questão do acompanhamento do Conjuve no processo de escolha da OS que vai administrar 23 escolas no primeiro chamamento. Também convidou o Conselho para contribuir no diálogo para que o processo de desocupação das escolas seja feito de forma segura e pacífica.
O evento foi realizado no auditório da Associação Comercial e Industrial do Estado de Goiás (Acieg) e durou cerca de duas horas. (Com informações da assessoria de imprensa da Seduce)