A tecnologia pode ajudar a reduzir o número de casos de dengue no país 

Aeds ae
Aedes aegypti

A primeira fábrica de mosquitos Aedes aegypti transgênicos do Brasil foi inaugurada nesta terça-feira (29/7), em Campinas (SP), pela empresa britânica Oxitec. Se aprovada, a tecnologia mudará geneticamente os mosquitos machos que não poderão procriar, o que fará com que os números de casos de dengue no país reduza.

A fábrica ainda precisa da autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para começar a comercialização dos insetos. Se o Brasil aprovar a comercialização será o pioneiro no ramo. O método foi liberado para testes na Bahia pela Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio), e registrou uma queda de 90% no numero de mosquitos selvagens no local onde os transgênicos foram usados.

O método foi desenvolvido no Reino Unido em 2002. Para criar os insetos transgênicos, os ovos dos Aedes aegypti recebem uma microinjeção de DNA com dois genes: um para produzir uma proteína que impede seus descendentes de chegarem à fase adulta na natureza, chamado de tTA, e outro para identificá-los sob uma luz específica.

Depois desse processo, os machos geneticamente modificados são liberados na natureza,  para procriar as fêmeas normais  – que são responsáveis pela incubação e transmissão do vírus da dengue. Elas vão gerar descendentes que morrem antes de chegarem à vida adulta, reduzindo a população total.

O processo pode custar de R$ 2 milhões a R$ 5 milhões para uma cidade com 50 mil habitantes, de acordo com a Oxitec. A manutenção do serviço chega a R$ 1 milhão pelos anos seguintes.