Dono de papelaria nega irregularidade em contrato para fornecimento de postes
12 setembro 2017 às 16h54
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Durante depoimento, Izaías Bispo Santos garantiu que tem capacidade para entregar materiais de sinalização de trânsito
O proprietário da empresa Sig Comercial Eireli, Izaías Bispo Santos, negou, nesta terça-feira (12/9), qualquer irregularidade no contrato assinado com a gestão Iris Rezende (PMDB) para o fornecimento de materiais destinados à manutenção de sinalização nas ruas de Goiânia.
Durante oitiva na Comissão Especial de Inquérito (CEI) que investiga irregularidades na Secretaria Municipal de Trânsito (SMT), ele minimizou o fato de que a sede de sua empresa é, na verdade, uma pequena papelaria.
A polêmica, denunciada pelo vereador Elias Vaz (PSB), levantou suspeita sobre a capacidade técnica e estrutural do vencedor do pregão eletrônico para fornecer, como prevê o edital, postes de aço para sustentar semáforos e controladores.
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“Hoje em dia empresas só precisam de um escritório para comercializar material, que é meu caso. Aproveitei o espaço que eu tinha para montar alguma coisa aí pensei na papelaria para conseguir pagar contas mais imediatas”, explicou Izaías Bispo Santos, durante coletiva de imprensa.
Segundo ele, mesmo sem uma loja física, a empresa está habilitada para comercializar o material.
“Estou habilitado a vender muita coisa. CNPJ de hoje, no contrato social, se coloca tudo para não perder determinado negócio, surge algumas oportunidades e se não tiver no CNPJ não pode vender, por isso coloca a maior parte de objetos possíveis, para não perder negócio”, completou.
Questionado sobre sua expertise na área para ter concorrido e vencido o chamamento, o depoente disse que trabalha com sinalização há algum tempo, tendo sido representante de uma empresa em São Paulo, mas decidiu voltar para Goiânia e abrir seu próprio negócio.
“Consegui chegar nesse preço através de meus fornecedores, colhi como faço em todas as licitações que participo, em cima dele coloquei minha margem”, justificou. No entanto, ele diz que apesar do preço estar bem abaixo do previsto no edital, hoje não lhe seria “rentável” fornecer os materiais para a SMT.
Por fim, Santos relatou também que como se trata de uma ata de registro de preço, a prefeitura não irá pagar o valor total previsto, de R$ 552 mil, mas sim conforme for solicitando o material. “Isso se solicitar, porque eu mesmo já participei de alguns pregões que nem chegaram a pedir”, arrematou.