Ao avaliar como será condução da chamada pauta-bomba em Brasília, tucano diz que espera “fortes emoções” com a apreciação de, pelo menos, cinco itens polêmicos

Para Célio, Cunha não tem perfil de submissão | Foto: Alexssandro Loyola/PSDB na Câmara
Para Célio, Cunha não tem perfil de submissão | Foto: Alexssandro Loyola/PSDB na Câmara

As atividades no Congresso Nacional voltaram nesta semana e o deputado federal Célio Silveira (PSDB) disse ao Jornal Opção Online que este será um semestre de “fortes emoções” em Brasília e avaliou como será a condução da votação da chamada pauta-bomba na Câmara dos Deputados. E também se o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), terá tranquilidade para coordenar os debates.

Apesar do desgaste enfrentado, Célio acredita que o poder de articulação do peemedebista continua forte entre os parlamentares. “Não se sabe como [o desgaste] será entendido pela Casa. Mas achamos que ele tem perfil de atuação e disposição para não ser submisso à presidência da República. Tenho a certeza que teremos grandes debates em prol do Brasil, que precisa desses debates. Por isso, será um dos semestres mais agitados dos últimos 30 anos do Congresso”, afirmou.

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Cunha foi citado na Operação Lava Jato sob suspeita de ter pedido R$ 5 milhões em propina ao consultor Júlio Camargo, um dos delatores do esquema do “Petrolão”, está em constante embate com o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, e rompeu pessoalmente o apoio à presidente Dilma Rousseff (PT), em 17 de julho.

Em meio ao ambiente espinhoso entre a Câmara e o Palácio das Alvoradas, está prevista para esta quarta-feira (5) a votação do primeiro item da pauta-bomba. Trata-se da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 443, que equipara salários de servidores da Advocacia-Geral da União (AGU), procuradores estaduais e municipais, além de delegados das polícias Federal e Civil. Caso aprovada, a medida cria custos extras impacta diretamente os cofres a governos de todas as esferas da administração.

Entre outros temas polêmicos estão ainda a apreciação da chamada Desvinculação de Receitas da União (DRU), que prorroga e amplia o mecanismo que dá maior liberdade no manejo orçamentário ao governo federal; a PEC 300, que amplia salário de policiais militares de todo o Brasil; a derrubada de vetos de Dilma que reduziam gastos, como o reajuste dos servidores da Justiça Federal; engavetamento que eleva arrecadação tributando a regularização de recursos no exterior não declarados; e a votação da matéria que amplia a correção do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) para depósitos feitos a partir de 2016.

Caso Cunha articule a derrota do Palácio do Planalto em todos os itens, o impacto financeiro pode chegar a R$ 230,7 bilhões ao ano.