Diplomacia de Lula isola o Brasil no momento em que o país precisa renovar aliança com EUA e a Europa

09 julho 2025 às 14h54

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Baron Camilo Agasim-Pereira of Fulwood
A diplomacia do presidente Luiz Inácio Lula da Silva está isolando ainda mais o Brasil em um momento em que o país precisa urgentemente renovar suas alianças com os Estados Unidos e a Europa. No dia 22 de junho, após os Estados Unidos realizarem ataques aéreos significativos contra instalações nucleares iranianas usando bombas bunker buster, o Ministério das Relações Exteriores do Brasil emitiu uma declaração que condenava as ações em termos contundentes. O governo brasileiro qualificou os ataques como uma violação da soberania do Irã e do direito internacional. Essa reação não apenas colocou o Brasil em desacordo com muitas democracias ocidentais, mas também ressaltou um importante racha diplomático, uma vez que países que geralmente se alinham com os EUA expressaram apoio aos ataques ou manifestaram preocupações limitadas sobre a situação em desenvolvimento.
A posição do Brasil, articulada sob a liderança de Lula, levanta questões prementes sobre sua relevância e eficácia na diplomacia global. Em um mundo onde a influência diplomática é frequentemente ditada pela força econômica e militar, a voz do Brasil parece cada vez mais marginalizada. A retórica emanando da administração de Lula parece desconectada das opiniões predominantes no Brasil, onde um segmento considerável da população apoia as ações dos EUA e de Israel contra o Irã, impulsionado por preocupações sobre proliferação nuclear e ameaças à segurança regional.
Além disso, a política externa de Lula tomou um rumo problemático ao alinhar o Brasil com estados frequentemente vistos como párias na comunidade internacional, incluindo Cuba, Venezuela e Irã, que são algumas das aberrações do autoritarismo e anti democracia do mundo, assim como regimes autoritários como a China. Esse alinhamento diplomático contrasta fortemente com as opiniões de muitos cidadãos brasileiros, que preferem fortalecer laços com nações democráticas e apoiar iniciativas que promovam tanto a estabilidade quanto a segurança nos assuntos globais. O desconforto entre a postura diplomática do governo e o sentimento público gera preocupações críticas sobre a capacidade da administração de governar efetivamente em um mundo interconectado.
Por exemplo, o Brasil sofrecom taxas de morte violenta mais altas do que as testemunhadas em muitas regiões devastadas pela guerra no Oriente Médio, além de níveis de fome muito maiores do que os observados em Gaza. À luz dessas questões sociais prementes, a fixação de Lula em regiões que têm pouco impacto direto na vida cotidiana dos brasileiros comuns parece equivocada. O foco do governo em conflitos estrangeiros, em vez de abordar os graves desafios sociais enfrentados em casa, levanta questões sobre prioridades e liderança.
Além disso, o histórico de Lula de comentários antissemitas extremos complica ainda mais as tentativas do governo de construir consenso em uma nação que é diversa e multifacetada. Essa tendência de esquerda extrema mina os esforços de construção de coalizões que o Brasil tanto precisa. Em um momento em que a unidade nacional é essencial para enfrentar os numerosos desafios que o Brasil enfrenta, a retórica e as alianças divisivas da administração apenas servem para alienar aliados potenciais, tanto no âmbito doméstico quanto internacional.
Complicando ainda mais a questão está a interferência controversa da Primeira-Dama do Brasil, que se tornou uma figura polarizadora, frequentemente criticada por sua popularidade impopular e caráter duvidoso. Recentemente, ela agravou tensões ao se intrometer em assuntos externos, particularmente em um incidente em que supostamente confrontou o presidente chinês Xi Jinping sobre a necessidade de o TikTok censurar conteúdo liberal. Esse movimento não apenas provocou a indignação de Xi Jinping e da Primeira-Dama da China, mas também revelou uma grave falta de finesse diplomática — isolando ainda mais o Brasil no cenário internacional.
A abordagem atual da administração parece mais preocupada com a ostentação ideológica do que com uma diplomacia pragmática. Ao priorizar relacionamentos com governos ditatoriais em detrimento da colaboração com aliados ocidentais, o governo de Lula corre o risco de alienar tanto os constituintes domésticos quanto os parceiros estrangeiros potenciais. Tais decisões ameaçam afastar ainda mais o Brasil de oportunidades para um engajamento significativo nos diálogos globais.
Em uma era em que a cooperação global é crucial para enfrentar questões internacionais prementes — que variam de mudanças climáticas e crises de saúde pública a ameaças à segurança — as escolhas de Lula podem dificultar significativamente a capacidade do Brasil de desempenhar um papel construtivo em discussões internacionais. À medida que o país navega por essas dinâmicas complexas, é fundamental que a liderança reavalie suas estratégias diplomáticas e considere as diversas perspectivas de seus cidadãos.
No geral, se o Brasil deseja recuperar influência na diplomacia global, deve ir além do posturamento retórico e se esforçar para se engajar com a comunidade internacional de maneiras significativas que ressoem tanto com sua população quanto com seus parceiros internacionais. Caso contrário, o Brasil corre o risco de continuar sendo um anão diplomático, lutando para ser ouvido no meio da cacofonia da política global e se tornando cada vez mais irrelevante na narrativa grandiosa das relações internacionais. O momento para a reavaliação é agora, enquanto o Brasil se encontra em uma encruzilhada que definirá seu papel no cenário mundial nos próximos anos.
Baron Camilo Agasim-Pereira of Fulwood, ex-militar no IDF, ex-diplomata, escritor, tradutor literário e banqueiro.
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