Desonerar é a solução para reciclagem de resíduos
07 dezembro 2015 às 12h57

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Frente parlamentar da Câmara dos Deputados lançou ação em Goiâina durante evento na Assembleia Legislativa. Redução de impostos deve ser proposta à União

Com informações de Alexandre Parrode
A desoneração de impostos da cadeia produtiva é um dos principais caminhos para estimular a reciclagem de lixo nas cidades brasileiras. É com este viés que Goiânia sediou audiência pública nesta segunda-feira (8), no Setor Oeste, para debater o tema.
A Frente Parlamentar em Defesa da Cadeia Produtiva da Reciclagem da Câmara dos Deputados, lançada na Região Centro-Oeste por meio do evento, esteve à frente da pauta de discussões.
Integrante da Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (CMADS) da Casa, o deputado federal Marcos Abrão (PPS) sugeriu a audiência. Segundo o deputado, o setor produtivo alega que a reciclagem é cara e demanda tecnologia que as regiões muitas vezes não comportam.
“O papel reciclado é 30% mais caro do que o branco, que se derruba árvore, por isso precisamos viabilizar para que o produto final fique mais barato. A categoria tem papel social amplo. A intenção é propor ações que desonerem esse grupo, além de resolver o problema de resíduos nas cidades”, avaliou.
O parlamentar citou que entre os maiores desafios estão a conscientização da população e dos governos municipal, estadual e federal. “O País que recicla apenas 3% de seu lixo produzido é grave.”
O diálogo com os governos ainda é preliminar, por isso o primeiro passo é a realização as audiências. As conversações têm sido com governos estaduais e municipais, especialmente em relação aos aterros sanitários. “Já a cobrança para União deve ser maior. Quando o empresário ou cooperativa vai importar máquina para reciclagem todos impostos são incorporados, como o IPI [Imposto sobre Produtos Importados]. Assim, não há competitividade”, ressalta.
O secretário municipal de Direitos Humanos e Políticas Afirmativas da Prefeitura de Goiânia, Pedro Wilson, falou sobre a necessidade de se fazer o tratamento do lixo e do fechamento dos lixões. “O nosso maior desafio é criar as cadeias produtivas”. Já secretário executivo da Secretaria de Cidades do Estado (Secima), Mario João de Sousa, falou sobre a importância de tratamento dos resíduos sólidos no Estado.
A situação da reciclagem em Goiás foi relatada pelo presidente da Associação das Empresas de Reciclagem do Estado (Ascilo), José Leopoldo de Sant’Ana Júnior. Ele que falou sobre os pleitos e os objetivos da reciclagem. Analisou também a falta de incentivo e maior valorização dos produtos recicláveis. “O pequeno consumo de produtos vindos de reciclagem e o pouco valor comercial desses produtos são dificultadores da popularização da reciclagem”, destacou.
Engenheiro civil, Olympio José Abrão explanou sobre a reciclagem de material plástico. O especialista elucidou que o Brasil é o 10° colocado no mundo em reciclagem mecânica do plástico. Segundo dados citados, na próxima década o incentivo ao material reciclado gerará cerca de R$ 1 bilhão e mil novos empregos.