Divulgada nesta sexta-feira (15/12), pesquisa síntese de indicadores sociais (SIS) mostra que discrepância entre raças persiste 

A população negra é a que mais sofre com a pobreza, o desemprego e a informalidade no Brasil. É o que constatou o mais recente estudo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgado na manhã desta sexta-feira (15/12).

Segundo dados da síntese de indicadores sociais (SIS), entre os 10% dos brasileiros com os menores salários, 78,5% são pretos ou pardos. Por outro lado, apenas 24,8% dos que recebem os maiores rendimentos não são brancos.

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A pesquisa do instituto analisou diversos indicadores relacionados à mobilidade social, emprego, renda e educação referentes ao ano de 2016 — ápice da crise econômica pela qual o País passa.

Uma das principais constatações é que, mesmo compondo 54% da população brasileira em idade de trabalhar, os negros somavam 62,6% dos desocupados. Além disso, enquanto 58,7% dos brancos estavam empregados em 2016, o índice era de 55,2% para pretos e pardos no mesmo período.

Também há discrepância pela raça quando se analisam os dados referentes à informalidade. Em termos percentuais, os trabalhadores formais representaram 61,2% em 2016, enquanto os informais atingiram 38,8%.

Pela definição da Organização Internacional do Trabalho (OIT), o trabalho formal inclui empregados e trabalhadores domésticos com carteira de trabalho assinada e militares ou funcionários públicos estatutários, além de trabalhadores por conta própria e empregadores que contribuíam para a previdência social.

Os dados do IBGE mostram que havia maior participação em trabalhos formais da população ocupada branca (68,6%) do que entre pretos ou pardos (54,6%). Já a proporção de trabalhadores negros sem carteira (21,8%) era maior do que a de brancos (14,7%).

Escolaridade

A síntese de indicadores sociais identificou ainda que, entre os trabalhadores pretos ou pardos, 34,7% não tinham instrução ou tinham ensino fundamental incompleto. O percentual para brancos foi de 21,2%.

Os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD Contínua) mostram que os empregados com vínculo formal de trabalho representavam 50,7% da população ocupada em 2012. Esse percentual caiu ao menor nível da série em 2016, quando chegou a 49,8%. Já o percentual de empregados sem carteira caiu até 2015 (17,9%) e subiu em 2016 (18,5%) e o dos trabalhadores por conta própria cresceu de 2012 (22,9%) para 2016 (24,7%).