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Parlamentares de oposição ao governo Lula, majoritariamente do PL, decidiram obstruir os trabalhos tanto da Câmara dos Deputados quanto do Senado Federal, que retornaram nesta semana, em protesto pela prisão domiciliar de Jair Bolsonaro e pela votação da pauta da anistia. Deputados da bancada de Goiás ouvidos pelo Jornal Opção dizem ter sido pegos de surpresa, enquanto outros parlamentares como o senador Wilder Morais e o deputado federal Gustavo Gayer participam da obstrução.

“A partir de agora estamos nos adestrando e nos apresentando para a guerra. Se é guerra que o governo quer, guerra que o governo terá. Não haverá paz no Brasil enquanto não houver discurso de conciliação que passe pela anistia, pela mudança do fim do foro e impeachment de Moraes”, disse o líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante, a jornalistas.

Nesta terça-feira, 5, parlamentares bolsonaristas ocuparam as mesas da presidência tanto da Câmara quanto do Senado, muitos deles usando esparadrapos na boca simbolizando que estariam sendo “censurados”. Uma imagem obtida pela reportagem mostra um parlamentar com venda tanto na boca quanto nos olhos.

O deputado federal por Goiás Adriano do Baldy, do PP, foi um que disse não ter sido avisado sobre a obstrução. O parlamentar estava a caminho de Brasília quando falou com a reportagem, e, em tom crítico ao bloqueio realizado hoje, afirmou que o Brasil não pode parar. “Temos muitas coisas importantes para serem votadas”.

A equipe da deputada Silvye Alves (UB) informou que ela também estava chegando em Brasília, e que tomaram conhecimento da obstrução ainda no caminho. A deputada federal Adriana Accorsi, vice-líder da bancada do PT na Câmara, por sua vez, disse que tais “atos desesperados” já eram aguardados.

Pelas redes sociais, a Accorsi relatou que os parlamentares do PL “invadiram as mesas da Câmara e do Senado em uma tentativa desesperada de impor a anistia a golpistas e atacar o Supremo Tribunal Federal”. “Querem sequestrar o Congresso, paralisar o Brasil e impedir votações importantes”, escreveu.

A base do governo se reúne neste momento para definir o próximo movimento, e uma reunião de líderes partidários deve acontecer ainda hoje.

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