Levantamento mostra que senador tucano teria apenas 6,5% das intenções de voto e, ao que tudo indica, não conseguirá nem se reeleger 

No dia 4 de julho, Aécio Neves retoma mandato e discursa durante sessão plenária do Senado | Foto: Alessandro Dantas/ Agência Senado

O futuro político do senador Aécio Neves (PSDB-MG) parece estar cada vez mais comprometido. Denunciado no Supremo Tribunal Federal (STF) por corrupção, obstrução da Justiça e lavagem de dinheiro, o tucano pode não conseguir nem se eleger deputado federal em 2018.

É o que indica o mais recente levantamento do Paraná Pesquisas, realizado na capital mineira entre os dias 15 e 18 de julho. Na disputa pelo governo de Minas Gerais, Aécio marca meros 6,5% nas intenções de voto, atrás do prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PHS), e do atual governador, Fernando Pimentel (PT).

Se fosse escolhido, novamente, candidato do PSDB à Presidência da República, o cenário também não seria nada favorável. Derrotado “em casa” em 2014, teria 6,7% das intenções de voto na capital mineira. Seria superado pelo ex-presidente Lula (PT), pelo deputado federal Jair Bolsonaro (PSC-RJ), pelo ex-presidente do STF, Joaquim Barbosa (Sem partido) e pela ex-senadora Marina Silva (Rede).

Veja aqui a pesquisa completa.

Denúncias

O senador Aécio Neves (PSDB-MG) foi denunciado ao Supremo Tribunal Federal (STF) pela Procuradoria-Geral da República (PGR) no último mês. Na primeira denúncia, o tucano é acusado dos crimes de corrupção e obstrução da Justiça. A procuradoria acusa o senador de solicitar R$ 2 milhões ao empresário Joesley Batista, um dos delatores da JBS.

Sobre a acusação de obstrução da Justiça, Rodrigo Janot sustenta que o senador afastado tentou embaraçar as investigações da Operação Lava Jato, na qual também é investigado, ao “empreender esforços” para interferir na distribuição dos inquéritos dentro da Polícia Federal. Ao fim, o procurador-geral solicitou ao STF que Aécio e sua irmã sejam condenados ao pagamento de R$ 6 milhões por danos decorrentes dos casos citados de corrupção. Além disso, foi denunciado pelo crime de lavagem de dinheiro.

Aécio Neves chegou a ser afastado do mandato de senador, mas foi autorizado a retomá-lo por um ministro do STF. Era uma das esperanças do PSDB para recuperar o governo de Minas Gerais em 2018.