O promotor de Justiça Lincoln Gakiya, do Ministério Público de São Paulo, revelou que o homem executado a tiros de fuzil dentro do Aeroporto Internacional de Guarulhos, em São Paulo, havia recusado a entrada no Programa de Proteção a Testemunhas, oferecido a delatores. As informações foram divulgadas pelo portal G1.

Gakiya afirmou em entrevista nesta segunda-feira, 11, ao programa Em Ponto, da GloboNews, que Gritzbach alegava ser capaz de arcar com a própria segurança e não queria renunciar ao estilo de vida que levava. Segundo ele, ao entrar no programa de proteção, Gritzbach teria que mudar de residência e se afastar de familiares e amigos.

O promotor explicou que o Ministério Público ofereceu o ingresso de Vinicius no programa de proteção a réus colaboradores, mas ele, acompanhado de seus advogados, recusou essa opção. Apesar de saber dos riscos que corria, Gritzbach insistia que podia pagar pela própria segurança.

“O programa exige que a pessoa corte todos os laços com sua vida anterior, inclusive com qualquer envolvimento criminoso. Ela deve deixar a casa, o trabalho e os laços familiares para ingressar nele, mas ele se recusou a participar”, destacou o promotor.

Gakiya também revelou que há décadas investiga a influência do PCC em São Paulo. Gritzbach, que atuava no esquema de lavagem de dinheiro para o crime organizado há mais de dez anos, utilizava imóveis, bitcoins, joias, postos de gasolina e fintechs – empresas de serviços financeiros digitais – para esse fim. “Vinicius Lopes Gritzbach era um arquivo vivo muito perigoso”, declarou.

Gritzbach respondia a um processo criminal por duplo homicídio, pelo assassinato de um ex-líder do PCC, conhecido como “Cara Preta”, e seu motorista em dezembro de 2022. Além disso, enfrentava diversas acusações de lavagem de dinheiro. Ele estava em liberdade devido a um habeas corpus concedido pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ).

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