A defesa do pastor e fundador da igreja A Casa, Davi Passamani, de 44 anos, afirmou que o líder religioso é inocente, alegando que as redes sociais dele eram administradas por “pessoas de confiança”. O pastor, preso desde o dia 4 de abril, foi denunciado pelo Ministério Público (MP) por importunar sexualmente uma fiel, de 23 anos. 

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Além de conversas de cunho sexual, o pastor teria mostrado os órgãos genitais à vítima e a “ordenado” a se tocar durante uma conversa em um aplicativo de mensagem, conforme informado pela Polícia Civil (PC). Ao Jornal Opção, o advogado do pastor, Leandro Silva, disse que os responsáveis pelas redes sociais seriam os verdadeiros culpados pelo crime praticado contra a jovem. 

Ao ser questionado sobre a autoria do crime ao qual Davi foi denunciado, o advogado afirmou ainda que “será explicado no futuro” e que é uma “estratégia de defesa”. “É certo afirmar que ele é inocente e não foi ele”, disse.

Esta é a terceira ação contra o líder religioso. Em outros dois casos, ex-membros da igreja A Casa já o denunciaram pelo mesmo crime desde de 2020. Entretanto, ele foi absolvido pela Justiça em um dos processos e fez um acordo em outro, tendo que pagar R$ 50 mil à vítima por danos morais.

“A acusação narra que uma mulher dialogou por meio de aplicativo de mensagens com um interlocutor, que afirma ser Passamani. Os três casos citados na mídia ao longo dos anos, são supostos diálogos travados exclusivamente por meio de aplicativo de mensagens. Porém, Passamani não tinha o controle de suas redes sociais, essas eram controladas por terceiros que se diziam de confiança e as quais ele acreditava”, diz trecho da nota da defesa.

Denúncia 

O fundador da igreja goiana A Casa foi denunciado pelo MP por importunação sexual por exercer um papel de liderança sobre a vítima, de 23 anos, que era uma fiel da igreja onde o pastor atuava. O órgão ainda pediu o agravamento da pena, caso ele seja condenado.

Davi está preso desde o início de abril, data em que a PC cumpriu um mandado de prisão contra o líder religioso. Na ocasião, a corporação alegou que a volta dele ao exercício de pastor em uma outra igreja representava riscos às fiéis, que poderiam se tornar vítimas de crimes sexuais. 

Na ocasião em que foi detido, a delegada Amanda Menuci afirmou que o líder religioso usava versículos bíblicos para cooptar e, em seguida, praticar os crimes sexuais contra as vítimas. Ele escolhia mulheres fragilizadas emocionalmente e que estavam com problemas dentro do casamento.  

“Tudo se dava devido à hierarquia religiosa que o pastor tinha sobre as vítimas. Para elas, o pastor era uma pessoa superior, visto até como um representante de Deus na Terra. Não há como falar com consentimento. O crime era sempre se valendo da religião”, explicou a delegada.

Veja a nota da defesa do pastor na íntegra:

“DAVI PASSAMANI foi denunciado e apresentará sua defesa nos autos do processo. A acusação narra que uma mulher dialogou por meio de aplicativo de mensagens com um interlocutor, que afirma ser PASSAMANI, e o conteúdo do diálogo é de importunação sexual. De 1hs40min que a suposta VÍTIMA alegou ter conversado, constam nos autos apenas 3min17seg de documento. Das milhares de mulheres que frequentaram a igreja “A CASA” e o viram presencialmente, nenhuma reclamou de desconforto, constrangimento ou mesmo importunação causado por ele. Os 3 casos citados na mídia ao longo dos anos, são supostos diálogos travados exclusivamente por meio de aplicativo de mensagens.

Porém, PASSAMANI não tinha o controle de suas redes sociais, essas eram controladas por terceiros que se diziam de confiança e as quais ele acreditava, inclusive cuidavam das finanças de suas duas empresas e da igreja. Essas mesmas pessoas exigiram que a sua assinatura fosse feita por meio eletrônico (token), dias depois, a primeira assinatura eletrônica foi de sua renúncia da Presidência da Igreja “A CASA”.

O motivo de sua prisão é unicamente o fato de frequentar reuniões de louvor ou cultos religiosos, pois isso poderia representar perigo de novas vítimas. Em verdade, o seu talento incomodava a “NOVA DIREÇÃO DA IGREJA A CASA, que temia que fiéis pudessem acompanhá-lo para outro local.

PASSAMANI era um obstáculo, pois enquanto estava na direção da IGREJA “A CASA”, aplicava a ideologia de que a igreja é para fazer a obra de Deus, ele se opunha a ideologias mercantilistas da fé, por isso foi chamado de atrasado e retrógrado. Como não cedeu, buscaram eliminá-lo.

Nega-se todas as acusações. Agora, ele lutará para salvar seus filhos, seu patrimônio, sua vida e pelo seu direito constitucional de exercício de crença”.