Cursos de qualificação profissional são alternativa para mulheres retornarem ao mercado de trabalho
21 maio 2022 às 07h50

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Em Goiânia, Prefeitura oferece formações para mulheres em situação de vulnerabilidade e/ou risco social; quase 3 mil mulheres já se graduaram pelos programas
Um dos efeitos da pandemia da Covid-19 na vida de muitos brasileiros foi o desemprego. Entre as mulheres, os números são piores. Em 2020, o índice de desemprego entre elas foi de 49,45%, segundo pesquisa divulgada pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV-IBRE). Em função disso, muitas mulheres buscaram formas de se qualificar profissionalmente para poder voltar ao mercado de trabalho ou gerarem renda própria.
Em Goiânia, a Prefeitura, através de secretárias, oferecem essa oportunidade. Na Secretaria Municipal de Políticas Públicas Para Mulheres (SMPM), quase 3 mil mulheres já se graduaram pelos programas de qualificação profissional direcionados às mulheres em situação de vulnerabilidade e/ou risco social. O objetivo é inseri-las no mercado de trabalho, contribuindo com o empoderamento financeiro e psicológico. Atualmente, quase 500 mulheres estão em aula.
A representante da SMPM, Tatiana Lemos, lembra que mulheres sofreram com a pandemia, em que muitas foram retiradas de seus empregos. “Muitas mulheres foram demitidas do mercado de trabalho. Outras tiveram que sair para ficar em casa com as crianças que estavam fora da escola ou cuidar das pessoas doentes. Com isso, elas perderam a renda. Então, esses cursos de qualificação profissional é uma forma que a Prefeitura tem de ajudar as mulheres a voltarem ao mercado de trabalho ou vislumbrar uma nova oportunidade de vida através de um novo futuro profissional”, disse a secretária.
Em 2019, por meio do convênio “Mulher, Trabalho e Cidadania” com o Governo Federal em parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), a secretária conseguiu ofertar cinco cursos, sendo eles o de assentamento de cerâmica; panificação; modelagem industrial para jeans, corte de tecidos para confecção de roupas e costura industrial.
Atualmente, além desses, o Educação de Jovens e Adultos (EJA) também é realizado pela pasta. Também os curso em chocolataria; manutenção de celulares; manutenção de computadores; preparação de salgados; moda e costura; costura industrial; gastronomia; empreendedorismo; cooperativismo; tábuas de frios; redes sociais e marketing de redes; manicure e pedicure; massagem; cabeleireira; alongamento de unhas; manutenção de cílios; maquiagem e rede de proteção à mulher. Os cursos ofertados pela Prefeitura variam de acordo com os convênios firmados.
Além da pandemia, muitas mulheres também são afastadas do mercado de trabalho devido a violência de gênero. Entre janeiro e setembro de 2021, Goiás registrou 28.232 ocorrências de violência contra a mulher, sendo 195 referente a estupros, mais de 12 mil sobre ameaças, 7,9 mil por ameaças, 7,8 mil quanto a calúnias e 35 referentes a feminicídio. Todos os dados em questão foram fornecidos pela Secretaria de Segurança Publicada do Estados de Goiás (SSP-GO).
Para a secretaria, os cursos são importantes, uma vez que, para mulheres que estão neste ciclo de violência, possam para de depender de seus parceiros financeiramente. “Sabemos que o ciclo de violência é amplo. Existe desde a dependência psicológica a dependência econômica e financeira. Por isso, a secretaria de políticas para as mulheres faz esse trabalho de qualificar as mulheres para o mercado”, informou Tatiana.
Outra pasta que realiza projetos de capacitação, em que muitas mulheres são beneficiadas, é a a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Humano e Social (Sedhs). Com o objetivo de contornar este problema, cursos de capacitação podem ser oferecidos para ingressar mulheres no mercado de trabalho. Por isso, oficinas gratuitas de artesanato, caixa de presente, bordado, crochê, pintura e costura são ofertados. As oficinas ocorrem nos Centro de Referência de Assistência Social (Cras) e Núcleo de Assistência Social (Nas). Nisso, em média, 460 mulheres participaram das oficinas dos Cras e 380 nos Nas.
Com isso, muitas mulheres já conseguiram ingressar no mercado de trabalho. A secretária da SMPM usa como exemplo as estudantes do primeiro curso de assentamento de cerâmica, em que, para muitas, a renda foi triplicada, segundo Tatiana. Desta forma, muitas mulheres saíram empregadas e gerando renda para as famílias. Na SMPM, os requisitos necessários para participar da formação são: ser mulher e ter acima de 18 anos; estar em situação de vulnerabilidade e/ou risco social; ter ensino fundamental. Já os documentos necessários são o Registro Geral (RG); CPF; comprovante de escolaridade e comprovante de endereço.