Presidente da Câmara defende que o impedimento da presidente Dilma deve ser tratado de forma “séria” e avisa que vai agir “como manda a Constituição”

casio-cunha-facebook
Senador Cássio Cunha Lima (PSDB) diz que há precedente para impeachment. Cunha discorda | Fotos: Facebook

Em meio a uma enxurrada de críticas e ataques ao governo da presidente Dilma Rousseff (PT), durante o 14º Fórum de Comandatuba neste domingo (19/4), o presidente da Câmara Federal, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), rebateu, pelo menos por enquanto, a ideia de impeachment.

Provocado pelo senador e líder do PSDB no Senado, Cássio Cunha Lima (PB), o peemedebista — que sempre é apontado como desafeto de Dilma — sustentou que não pode discutir “teses”. Mesmo após o anúncio de que os tucanos vão seguir com o projeto de impedimento, Cunha acompanhou o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB), que afirmou que “impeachment não pode ser tese”.

“É uma situação grave e séria que aconteceu uma vez por motivações completamente diferentes. Eu discuto fatos”, respondeu o presidente e seguiu: “Caso chegue a representação à Câmara, iremos analisar com toda a seriedade e tecnicidade necessárias”.

Cássio Cunha Lima informou que a “pedalada fiscal” de Dilma pode ser precedente para que haja um processo contra a petista e que o PSDB está fundamentando o pedido.

De acordo com ele, a jurisprudência “é farta” no que diz respeito a ações continuadas contra, por exemplo, prefeitos que são reeleitos. “Embora tenha ocorrido no mandato anterior, há entendimento no STF de que pode infligir no segundo mandato”, versou o tucano.

O presidente da Câmara preferiu não adentrar na seara jurídica sobre os preceitos de um impeachment, mas opinou que “no entendimento inicial, o que está no mandato anterior não pode contaminar o mandato posterior”. Contudo, fez questão de lembrar: “Na qualidade de chefe do Poder Legislativo, eu tenho que agir como diz a constituição. Analisaremos com respeito e tecnicidade”.