Procuradoria do Banco Central concluiu que presidente da Câmara dos Deputados mantém recursos secretos entre 2007 e 2014 e estabeleceu multa anual de R$ 125 mil

| Foto: Marcelo Camargo/ Agência Brasil
Cunha e sua esposa, Claudia Cruz, teriam movimentado pelo menos US$ 5,9 milhões em contas não-declaradas | Foto: Marcelo Camargo/ Agência Brasil

Em punição ao presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), por não declarar contas e recursos em seu nome no exterior, a Procuradoria Geral do Banco Central (BC) estipulou o pagamento de multa no valor de R$ 1 milhão. Agora, o BC concluirá qual a melhor sanção e decidirá se acata o valor sugerido, que estabelece R$ 125 mil por cada ano em que não houve declaração.

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Segundo o órgão, ficou provado que Cunha manteve, entre 2007 e 2014, recursos não declarados, contrariando a defesa do deputado, que afirma que os valores não precisariam ser registrados por estarem em nome de trusts. O presidente da Câmara argumentou que nem sequer poderia mexer nos recursos, já que são de responsabilidade da trust, o que não foi acatado pela procuradoria, que ressaltou ser ele o beneficiário dessas empresas.

A conclusão da Procuradoria do BC se baseia em documentos divulgados pelo Ministério Público da Suíça em 2015 que revelavam quatro contas secretas no nome do peemedebista e de sua esposa, Claudia Cruz. Os dois teriam movimentado pelo menos 5,9 milhões de dólares nestas contas.