“O partido Republicanos praticamente não faz parte da administração de Rogério Cruz. Não existe nenhum suplente na gestão”, “ele parece fortalecer outras siglas ao invés do partido que o elegeu”, externam representantes da sigla. Na próxima segunda-feira, 11, haverá uma nova reunião entre o prefeito de Goiânia Rogério Cruz e os representantes do Republicanos no Estado de Goiás.

Devem participar da reunião: os deputados Jeferson Rodrigues e Ricardo Quirino, o presidente estadual Hildo do Candango, o secretário e ex-deputado Jovair Arantes e a vereadora Sabrina Garcez, que é presidente da sigla em Goiânia. A questão urgente é: como contar com o apoio de Cruz para estruturar as chapas de vereadores? A sigla quer eleger ao menos cinco vereadores na Capital e 200 no Estado. Para viabilizar isso, importante contar com a máquina municipal, com a visibilidade e recursos que ela traz.

Não é novidade que existe insatisfação do partido com a gestão de Cruz. E, ela cresce desde o desembarque da turma de Brasília (Arthur Bernardes que foi secretário de governo e chegou em Goiânia como o homem de confiança de Wanderley Tavares, presidente do Republicanos do Distrito Federal). O fato é que: existem vantagens para o prefeito continuar na sigla, como o tempo de televisão e fundo partidário que está entre as maiores. O problema é que existem enormes desgastes – especialmente porque existe a percepção de que ele esteja mais compromissado em fortalecer estruturas de outros partidos – com os cargos para o PP, por exemplo.

Outro ponto a ser considerado é que a pouco mais de um ano do início oficial da campanha eleitoral, ainda não dá para saber se o prefeito de Goiânia será um candidato viável, mesmo com a máquina na mão. De forma pragmática não parece ser interessante perder as vantagens do partido que o elegeu e nem parece interessante para o partido “perder a máquina” com a sua possibilidade infinita de aumentar a visibilidade daqueles que a compõe. De acordo com interlocutores, resta saber se existe interesse do prefeito Cruz em continuar no partido já que ele vem dando consistência para outras siglas.

Interlocutores do Paço contestam a suposta “falta de espaço na gestão”. O partido tem a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Humano e Social de Goiânia (Sedhs), a secretaria de Governo com o Jovair Arantes e outros cargos. Para além disso, a gestão municipal diz que precisa haver uma via de mão dupla na relação com o partido. A percepção de aliados é de que Rogério contribuiu com o partido ao formatar, em 2022, as chapas para deputados estaduais e federais. Além disso, dizem que o prefeito conversa pessoalmente com presidente nacional da sigla, Marcos Pereira.

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