CPI da Enel deve colher reclamações sobre fornecimento de energia pelas cidades goianas
23 novembro 2019 às 07h00
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Deputados vão visitar 11 municípios goianos em cronograma previsto para se encerrar em meados de dezembro
Até meados de dezembro, a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Enel, que apura possíveis irregularidades na venda da Celg D para a empresa italiana, deve visitar 11 municípios goianos em busca de reclamações sobre o serviço de fornecimento de energia prestado pela distribuidora.
Já está prevista a primeira audiência para esta segunda-feira, 25, em Iporá. Depois, Ipameri e Cristalina devem ser visitadas no dia 28. No dia 3 de dezembro é a vez de Mineiros e no dia 5 os parlamentares devem se reunir com André Pepittone, que é presidente da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).
Ainda em dezembro, no dia 10, os deputados fazem audiência em Águas Lindas e Pires do Rio; e em São Luís dos Montes Belos no dia 13. Niquelândia, Minaçu e Goiatuba recebem a comitiva na última audiência, no dia 16.
Novos rumos
A previsão de entrega do relatório final é para março de 2020. A CPI ganhou mais munição com o recente endurecimento do discurso do governador Ronaldo Caiado (DEM), que antes tinha se proposto a abrir diálogo com a companhia, mas, como não viu resultados, disse que não há espaço para mais negociações.
O líder do governo, Bruno Peixoto (MDB), e o presidente da Assembleia Legislativa de Goiás (Alego), Lissauer Vieira (PSB), apresentaram, no começo da semana, um projeto de Lei pela encampação da Enel, isto é, para que o serviço de distribuição de energia volte a ser realizado pelo Estado.
Com isso, vários questionamentos legais têm sido feitos, já que o maior percentual da Celg D pertencia ao Governo Federal quando houve a venda, fazendo com que uma votação em âmbito estadual possa ser sem valor.
Ainda assim, para garantir que a proposta não se perca por possível inconstitucionalidade, o deputado federal Elias Vaz (PSB) apresentou, na Câmara dos Deputados, um projeto de decreto legislativo para sustar o contrato entre a Celg e Aneel, que permitiu a venda da estatal. Dessa maneira, apenas suspendendo a gestão da Enel, sem necessariamente cancelá-la.