Senador Aécio Neves quer CPI para investigar escândalo da Petrobrás | Geraldo Magela/Agência Senado
Senador Aécio Neves quer CPI para investigar escândalo da Petrobrás | Foto: Geraldo Magela/Agência Senado

O presidenciável Aécio Neves defende um entendimento entre os tucanos e aliados do governo insatisfeitos para a instalação da CPI que investigue a Petrobrás. Seria uma aliança como aquela que, recentemente, a oposição realizou com governistas para investigar na Holanda o pagamento de propinas pela empresa SBM a pessoas da Petrobrás para o aluguel de plataformas.

“Não acuso a presidente de improbidade”, gentil, Aécio res­sal­vou a pessoa de Dilma Rous­seff. “Ela é uma pessoa de bem”, avalizou o senador em plena crise de Pasadena, observando que a presidente teria interesse em esclarecer a situação da Petrobrás, a quem sempre tratou como exemplo de trabalho e poder.

Lá do Rio, o ex-presidente FHC respondeu no mesmo mo­mento o que o presidenciável di­zia em Brasília. Cobrou do governo rigor na apuração dos negócios da Petrobrás. Confessou-se espantado com o 1,9 bilhão de dólares que a petroleira pagou pela refinaria de Pasadena. Mas ressalva quanto a CPI:
— Acho que o momento eleitoral não é o mais propício. Não sou favorável a partidarizar. Mas, se o governo não apurar direitinho, abre espaço.

Quanto a Pasadena, FH observou que o Conselho de Administração da Petrobrás não é apenas Dilma Rousseff. “É formado por muita gente, gente de peso”, advertiu. Tudo bem, mas se a petista, como presidente do organismo, afirma que não leu a íntegra do contrato com que a Astro Oil vendeu a refinaria aos brasileiros, quem mais leria?

Pelo andar da carruagem, o espaço de crítica sem embaraço ao governo ficará por conta do socialista Eduardo Campos, antigo aliado do Planalto e que estacionou no Ibope com 7% da preferência dos eleitores.

Ainda na comparação da pesquisa do Ibope em novembro com a de março, Dilma permaneceu com 43%, enquanto Aécio subiu um degrau e foi a 17%. Isso numa disputa entre os três, a mais provável.

A pesquisa confirma a reeleição de Dilma no primeiro turno, mas não sofreu eco do caso Pasadena. O Ibope foi às ruas entre 13 e 17 de março, sendo que as condições da compra da refinaria americana foram publicadas no dia 19.

A novidade no cenário onde Marina Silva ocupa o lugar de Eduardo Campos pelo PSB/Re­de, Aécio Neves a supera. Nesse cenário, Dilma desce de 42 para 41%. Aécio sobe de 13 para 14 pontos. Marina desce de 14 a 12%.

Num terceiro e último cenário aberto pelo Ibope, entra a cotação de mais dois candidatos, Pastor Everaldo (PSC) e senador amapaense Randolfe Rodrigues (PSol). Nele, Dilma está na ponta com 40%. Aécio, 13%. Cam­pos, 6%. Everaldo, 3%. Randolfe, 1%. O cenário não foi testado antes.