Coronavírus pulverizou 26,7 mil empregos com carteira assinada em Goiás
30 junho 2020 às 11h37

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Mulheres, trabalhadores com ensino médico completo e com idade de 25 a 39 anos são os que foram mais atingidos pela perda do emprego no período

Os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgados na segunda-feira, 29, pelo Ministério do Trabalho, demonstra em números o que empresários e trabalhadores têm sentido na prática: a pandemia de Covid-19 tem causado devastação não apenas em vidas, mas também no emprego. Em Goiás, segundo a Secretaria Estadual da Saúde (SES), 6.665 pessoas morreram vítimas do Sars-CoV-2, o coronavírus que causa a doença. Desde março, mês em que o governo do Estado publicou o primeiro decreto de quarentena, 26.755 vagas de emprego formal foram fechadas.
O número é resultado das admissões e demissões nos três meses sob pandemia – e só leva em conta quem trabalhava (ou trabalhava) com carteira assinada. Neste período, foram contratadas 99.169 pessoas. Em contrapartida, 125.906 foram demitidas.
A retração nos empregos coincide exatamente com o início da pandemia. Até fevereiro, o saldo era positivo, com 19.487 vagas de trabalho formal criadas no Estado. Em março, a queda foi de 1.587 vagas. Abril, o pior mês até agora, fechou 20.587 postos de trabalho formal. Em maio, foram mais 4.581.
Serviços e comércio são os mais atingidos
O Caged revela também os setores mais atingidos pela crise. O setor de serviços foi o que mais desempregou, fechando 15.555 postos de trabalho com carteira assinada. Em seguida, vem o comércio, com 10.751. Apenas a agropecuária teve resultado positivo desde março, com 1.972 vagas criadas. Apesar de terem voltado a contratar em maio, a indústria e a construção civil fecharam o período com saldo negativo: -1.438 e -953, respectivamente.
As mulheres representam 57% do total de vagas fechadas na pandemia (15.279). Em relação à escolaridade, os trabalhadores com ensino médio completo foram os mais prejudicados, correspondendo a 62% dos postos de trabalho a menos (16.614). Os empregados na faixa etária entre 25 a 39 anos foram responsáveis por 49,5% das vagas fechadas.