Em meio às ruas tranquilas do município potiguar de Macau, Rio Grande do Norte, vive um encanador industrial cuja identidade é, literalmente, difícil de ser esquecida. Charlingtonglaevionbeecheknavare dos Anjos Mendonça carrega o título de nome mais comprido já registrado em território brasileiro: 32 letras que desafiam até os sistemas mais modernos de cadastro.

Conhecido por todos como “Chacha”, o apelido virou solução prática para um nome que não cabe em formulários, cartões bancários e até documentos oficiais. “Já tive que abreviar em várias situações. Às vezes, nem eu consigo soletrar tudo de uma vez”, brinca o potiguar, que encara a fama com leveza e bom humor.

Apesar do nome incomum, Chacha garante que nunca foi alvo de bullying na infância. “Era diferente, claro, mas meus amigos sempre me chamaram pelo apelido. Nunca foi um problema”, relembra. Hoje, casado e pai de família, ele vê os comentários com tranquilidade e até certa dose de orgulho.

A escolha do nome permanece envolta em mistério. Nem o pai soube explicar com precisão o motivo por trás da combinação de tantas consoantes e sílabas. Chacha acredita que a inspiração pode ter vindo de figuras históricas como Che Guevara e Juscelino Kubitschek, embora não haja confirmação. “Talvez meu pai quisesse algo único. E conseguiu”, diz entre risos.

O caso de Chacha não é isolado. Relatórios da Associação dos Notários e Registradores revelam outros registros inusitados no país, como “Aeronauta Barata”, “Maria-você-me-mata” e “Rocambole Simionato”. Embora a legislação brasileira não proíba nomes específicos, ela permite que cartórios recusem registros que possam expor a pessoa ao ridículo ou causar constrangimento, decisão que, em casos extremos, pode ir parar na Justiça.

Entre burocracias e piadas, o nome de Chacha virou parte da cultura local. “Todo mundo me conhece. Às vezes, nem lembram do meu nome completo, mas sabem que sou o cara do nome gigante”, afirma. E assim, com naturalidade e carisma, ele segue sua rotina, provando que, mesmo com 32 letras, o que realmente importa é a forma como se vive, e não como se é chamado.

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