Confrei: o chá natural que pode causar danos graves ao fígado

26 setembro 2025 às 08h57

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Nem tudo que é natural faz bem para a saúde. Essa máxima serve de alerta para os adeptos aos chás. Pois, o confrei bastante consumido no Brasil já levou pessoas a desenvolverem hepatite fulminante, cirrose e até precisarem de um transplante de fígado. O ruim dessa história toda é que ele ainda é vendido em feiras e lojas como: calmante, cicatrizante e como remédio para gastrite.
Existem relatos, claro que o confrei seja excelente para aliviar problemas da pele, desconfortos articulares e dores musculares. A tradição sobre usos externos persistem, despertando estudos em relação aos elementos bioativos presentes na planta. Há pesquisas sobre os componentes químicos e ao consumo interno, onde os especialistas fazem o alerta.
Segundo a nutróloga Nathany Ribeiro explicou ao Jornal Opção, os principais riscos do consumo do confrei estão relacionadas ao fígado. Mesmo em pessoas jovens e saudáveis, os alcaloides pirrolizidínicos presentes na planta podem se acumular no organismo e provocar lesões hepáticas graves e até necessidade de transplante. “Muitas vezes o dano evolui de forma silenciosa, e os sinais, como fadiga, dor abdominal, inchaço, icterícia (pele e olhos amarelados), podem surgir apenas meses ou anos depois, quando o fígado já está comprometido”, completa.

Diversos nomes
Esse vilão também pode aparecer em rótulos como língua de vaca, consólida, cura tudo ou orelha de vaca. A Anvisa proibiu o uso interno do confrei desde 1992, e o FDA nos EUA também restringe o consumo oral. Mesmo assim, a crença de que o “natural é seguro”, faz com que muitas pessoas ainda usem, sem saber que estão intoxicando o corpo pouco a pouco.
“É importante diferenciar: alguns chás são considerados seguros quando usados corretamente, como camomila, hortelã, erva-cidreira. Mas plantas como confrei, poejo e até a própria cavalinha podem ser tóxicas se utilizadas em excesso ou de forma inadequada”, explica Nathany.
Orientações
Existem pessoas, que consomem plantas sem conhecer sua procedência ou sem orientação profissional, o que aumenta o risco. Por isso, de acordo com a nutróloga os cuidados devem incluir: nunca usar plantas desconhecidas, não confiar apenas em recomendações populares, verificar se há aprovação da Anvisa e sempre buscar acompanhamento médico ou de um profissional de saúde capacitado.
Sintomas
Esse efeito “gota a gota” explica por que tanta gente não relaciona sintomas como náusea, coceira na pele, urina escura ou olhos amarelados ao chá que toma todos os dias. E não é só o confrei: outras ervas como chaparral, kava-kava, chapéu-de-couro e até a erva-de-Santa-Maria também podem agredir o fígado se usadas sem acompanhamento.

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