Como estratégia de campanha, Dilma tentará convencer o eleitor de que Aécio Neves provocaria desemprego

02 maio 2014 às 15h44

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Quanto a Eduardo Campos, petista criticará incongruência do pessebista, que apoiava o governo federal até o final do ano passado
A presidente Dilma Rousseff (PT) já tem traçadas as estratégias que adotará durante o período eleitoral deste ano. Nos debates políticos, ela atacará as propostas do pré-candidato do PSDB, Aécio Neves e, contra Eduardo Campos (PSB), o foco será taxá-lo de incoerente por se posicionar contra o governo que defendia até o fim do ano passado.
Segundo informações publicadas nesta sexta-feira (2/5) no Estadão, Dilma tentará convencer os eleitores de que, caso Aécio seja eleito, a gestão tucana causará um desaquecimento na economia devido a cortes nos financiamentos do BNDES. Ela vai afirmar também que o ex-governador de Minas Gerais pretende acabar com as desonerações para alguns setores da indústria, provocando demissões. A presidente vai reforçar a mensagem que o próprio Aécio vem propagando em encontros com empresários, de que não terá medo de adotar “medidas impopulares” para resolver o que considera problemas na economia do país.
Para contra-atacar Campos, a petista, além de frisar incongruências no discurso do pessebista, ressaltará os investimentos feitos pelo governo federal em Pernambuco nos últimos 12 anos. O Estado era governado por Campos desde 2007.
Um reflexo dessa estratégia traçada pôde ser visto na quarta-feira (30/4) em pronunciamento de Dilma no rádio e na TV. Ela fez críticas à oposição que, segundo ela, aposta no “quanto pior, melhor”.
Em sua própria defesa, Dilma tentará minimizar os problemas de sua gestão e se eximir da culpa. Assim foi feito no último pronunciamento ao tratar de temas caros na pré-campanha, como a inflação. “Em alguns períodos do ano, sei que tem ocorrido aumentos localizados de preço, em especial dos alimentos. E esses aumentos causam incômodo às famílias, mas são temporários e, na maioria das vezes, motivados por fatores climáticos”, disse.
O ministro das Relações Institucionais, Ricardo Berzoini, também está colocando em prática as diretrizes programáticas. Sobre Campos, ele disse a jornalistas que o pré-candidato “tem, entre os vários motivos para que ele tenha condições de ser candidato, os diversos investimentos federais que foram feitos em Pernambuco”.
Criticando Aécio, ele destacou as diferenças na condução da economia. “Ele (Aécio) disse que não teria medo de adotar medidas impopulares. Eu acho que o governante, de fato, não pode temer medidas difíceis”, afirmou. “Mas, quando eu lembro do governo Fernando Henrique (PSDB) e que ele (Aécio) foi líder do PSDB, e que foi presidente da Câmara, quando ocorreram grandes malefícios para os trabalhadores, eu tenho certeza de que, quando ele fala de medidas impopulares, ele sabe do que ele está falando.”