Em uma reunião realizada na quinta-feira, 3, os governos de Goiás e do Distrito Federal selaram uma parceria emergencial para conter a crise provocada pelo acúmulo de chorume em Padre Bernardo (GO), consequência direta do desmoronamento no Aterro Ouro Verde. Como próximo passo, os integrantes da comissão devem se reunir com a secretária de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad), Andréa Vulcanis, na segunda-feira, 7, para tratar da logística de remoção dos resíduos e da destinação adequada do material acumulado.

Ao Jornal Opção, o secretário do Entorno de Goiás, Pábio Mossoró, informou que a Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (Caesb) ficará responsável pelo suporte técnico, enquanto o município, em articulação com a Semad, tentará viabilizar o envio dos resíduos para outros aterros licenciados.

O encontro contou com a participação do presidente da Caesb, Luís Antônio Reis; do prefeito de Padre Bernardo, Joseleide Lázaro; e dos secretários do Entorno de Goiás e do Distrito Federal, Pábio Mossoró e Christian Viana. Ao final da reunião, ficou definido que será articulada a realocação de aproximadamente 10 mil metros cúbicos de chorume, atualmente armazenados em três lagoas com risco iminente de rompimento. A iniciativa busca evitar danos irreversíveis aos córregos próximos e preservar a integridade ambiental da região.

Mossoró detalhou que, diante da urgência, a parceria envolveu a Caesb como interlocutora técnica. “A tratativa foi justamente essa, ver qual é a possibilidade da Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (Caesb) mediar essa conversa com os ativos… A gente está priorizando agora cuidar desse lixão do lado de Padre Bernardo, para mitigar essa situação, não ter risco de contaminação nos córregos próximos, o primeiro ponto é esse”, explicou o secretário ao Jornal Opção.

Ele também enfatizou que, na próxima semana o secretário Christian Viana deverá contatar a SLU para avaliar a possibilidade de receber o chorume. Mossoró e o prefeito Joseleide Lázaro também se reunirão na segunda-feira, 7, em Goiânia com a secretária Andréa Vulcanis. O objetivo é definir detalhes operacionais, como quem fornecerá veículos de transporte, em quais prazos e qual o destino técnico mais adequado para o chorume. A expectativa é que o município, em conjunto com a Semad e com a Caesb, apresente uma proposta formal até a próxima semana.

Com esse movimento coordenado, ficou acordado que a Caesb disponibilizará sua infraestrutura laboratorial para testes técnicos das águas contaminadas e desenvolverá, em parceria com o comitê de crise, um plano de monitoramento ambiental e remoção segura do chorume. “Toda a parte de testes, apoio técnico e mediação será realizada pela Caesb. Estamos à disposição para trabalhar com o comitê de crise no que for necessário”, afirmou o presidente da Caesb, Luís Antônio Reis.

O comitê de crise, composto pela prefeitura de Padre Bernardo, pela Semad e pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), terá como plano de ação redistribuir o chorume para tratamento em aterros regionais que atendam às normas ambientais e evitar contágio de recursos hídricos, solo e biodiversidade. 

Segundo Mossoró, esta articulação visa criar um canal permanente de colaboração: “Esse cuidado vai ser permanente, então as reuniões vão ser com mais frequência até solucionar o problema. Esse passivo ambiental ele não vai ser resolvido de uma hora pra outra.”

A Semad, por sua vez, segue responsável pelo monitoramento de córregos e reservatórios próximos ao lixão de Padre Bernardo, com coletas e novas visitas agendadas. A meta é identificar e neutralizar qualquer indício de contaminação.

“A secretaria do entorno, por determinação do nosso governador, Ronaldo Caiado, está à disposição para auxiliar, não só o Padre Bernardo, mas todas as cidades que passam por esse problema dos lixões. Acho que é uma pauta que a gente precisa se unir, porque sozinho o município não dá conta de resolver”, finalizou Mossoró.

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