No início da noite desta terça-feira, 24, o Vaca Brava foi palco para o discurso de campanha do candidato à Prefeitura de Goiânia Fred Rodrigues (PL). O evento contou com a participação de líderes da direita goiana, como o senador Wilder Morais (PL) e o deputado federal Gustavo Gayer (PL),e também contou com a presença do ex-presidente Jair Bolsonaro.

O evento começou esvaziado e no decorrer dos discursos a militância começou a se aglomerar. Bolsonaro chegou quase uma hora após o início do evento e foi recebido com gritos de “mito” e foi o último a discursar.

O deputado federal Gustavo Gayer (PL), fiador da candidatura de Fred, focou o seu discursos em temas nacionais e falou sobre a tentativa de impeachment do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, que a direita radical tem tentado patrocinar.

Fred acabou sendo o mais contundente em busca do seu projeto eleitoral deste ano. o candidato priorizou em falar de sua trajetória política e se apresentar como o “único de direita” na busca pelo Paço em referência ao candidato apoiado pelo Palácio das Esmeraldas, Sandro Mabel (UB). “O candidato governista busca sequestrar os votos da direita”, afirmou.

Mabel tem combatido a ideia de que não é de direita. ELe tem afirmado que foi um dos principais articuladores do impeachment Dilma Rousseff. O candidato do União Brasil também é bancado pelo governador Ronaldo Caiado, líder direitista que é frequentemente criticado pela esquerda. Mesmo diante desse quadro, Fred insistiu em associar o candidato de Caiado ao PT.

Durante quatro minutos de discurso Fred também falou em resgatar os valores conservadores e destacou o objetivo de fazer de Bolsonaro novamente presidente da República. Ele ainda se comprometeu em fazer uma gestão técnica à frente do Paço Municipal.

Bolsonaro, por sua vez, falou por quase 25 minutos para uma plateia que em diversas ocasiões o interrompia com gritos de “mito” e “Lula, ladrão”.

Seguindo o foco de fala que foi distante dos projetos para Goiânia, o ex-presidente priorizou falar sobre sua trajetória política acima de tudo. A princípio, contou como virou vereador pela cidade do Rio de Janeiro, seguindo a ser deputado federal por 28 anos até “decidir se tornar presidente”. “Eu tive que escolher entre uma casa na praia, na Barra da Tijuca, e o Planalto. Infelizmente dei azar e fui parar no Planalto”, disse em certo ponto.

Porém, os pontos que mais inflamaram uma plateia foi o seu governo à frente da presidência e os ataques ao governo Lula. Em certo ponto, Bolsonaro disse que “falaram que não tinha comprado vacina, mas não falam que não tinha vacina para vender. Mas eu não tomei vacina e nem vou tomar”. Ao dizer isso, os apoiadores gritavam “eu também não”. Após isso, o ex-presidente chamou os governadores que implementaram o lockdown durante a pandemia de “covardes”.

Por fim, Bolsonaro utilizou o espaço para, mais uma vez, questionar o resultado das eleições de 2022 e, finalmente, endossou os candidatos que veio apoiar. “Não passei a faixa pois jamais passaria a faixa para um ladrão. Aquela faixa que está em Brasília não é de vocês. Sabemos que a vitória dele não foi uma vitória de verdade, mas o tempo vai mostrar isso. Mas hoje, se aquele vagabundo [Lula] infartar não tem ninguém para substituir ele naquele partido”, completou.

Entenda por que as direitas se fortalecem como alternativa tanto a Lula quanto a Bolsonaro