Materiais de construção registraram maior alta e livros e jornais, a maior queda; economista Greice Guerra vê crescimento do comércio como positivo, por favorecer redução do endividamento e aumento do consumo

Em Goiás, setor de Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo teve queda de 12,2%. | Foto: Instituto Mauro Borges/Reprodução

Pesquisa publicada na manhã desta terça-feira, 13, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostrou que o comércio varejista goiano cresceu 1,8%, na série com ajuste sazonal em fevereiro de 2021. Este é o segundo crescimento consecutivo, após quatro meses de queda.

O crescimento no volume de vendas do varejo ampliado goiano de 1,0% em janeiro de 2021, frente a janeiro 2020, pode ser explicado pela alta registrada em seis das dez atividades pesquisadas. O setor que apresentou o maior crescimento foi o de Material de Construção (21,2%), seguido pelo de Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria (17,1%) e o de Equipamentos e materiais para escritório informática e comunicação (9,4%).

A atividade de Combustíveis e lubrificantes também apresentou crescimento, com variação de variou 8,9%, sendo sua segunda alta consecutiva, apontando uma recuperação do setor que foi abalado pela pandemia.

Apesar do cenário crítico proporcionado pela crise sanitária, a economista e analista de mercado, Greice Guerra, considera esse resultado como muito positivo à economia estadual e, consequentemente, ao bolso dos consumidores goianos. “Esse crescimento também é oriundo de muitas empresas que foram fechadas, o que fez com que muitas pessoas se vissem obrigadas a partir para seus próprios negócios. Isso movimentou a economia e acaba gerando emprego, renda, arrecadação de impostos ao Estado e a Prefeitura. De forma prática, isso significa mais consumo. Enquanto o dinheiro estiver circulando, cai um pouco o endividamento e as pessoas podem consumir mais”, explica Greice.

Queda

Entre os setores que tiveram redução em volume de vendas, destaca-se o de Livros, jornais, revistas e papelaria (-47,4%), que registra o 12º resultado negativo consecutivo e acumula nos últimos doze meses uma queda de 39,6%. Em seguida, o setor de Tecidos, vestuário e calçados (-18,1%) e o de Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (-12,2%), que apresentou taxas de crescimento no início da pandemia, mas agora registra a sétima queda seguida.

Cenário Nacional

Frente a fevereiro de 2020, em nível nacional, as vendas do comércio varejista em 2021 caíram 3,8%, com predomínio de resultados negativos, que atingiram 18 unidades federativas. Os estados mais afetados foram o Rio de Janeiro (-8,5%), Rio Grande do Sul (- 12,0%) e São Paulo (-1,8%). Goiás registrou variação de -4,4%, sendo o 14º pior resultado do país e o quarto seguida nessa base de comparação.

Quanto às unidades federativas com resultados positivos, lideram Piauí (14,1%), Pará (4,1%) e Pernambuco (2,0%).

Metodologia

A Pesquisa Mensal de Comércio produz indicadores que permitem acompanhar o comportamento do comércio varejista no país. Para isso, traz resultados mensais da variação do volume, da receita nominal de vendas para o comércio varejista e do comércio varejista ampliado (automóveis e materiais de construção) para o Brasil e Unidades da Federação. Na realização da pesquisa, são utilizados o questionário eletrônico auto preenchido (CASI) e a Entrevista pessoal com questionário em papel (PAPI) como principais técnicas de coleta.