Com nova condenação, suposto serial killer de Rio Verde já soma 130 anos de prisão por crimes contra mulheres
16 dezembro 2025 às 19h07

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O Tribunal do Júri de Rio Verde condenou Rildo Soares dos Santos a mais 21 anos de prisão em regime fechado pelo assassinato de Alexânia Hermógenes Carneiro, crime ocorrido na madrugada de 29 de agosto de 2025, em um lote baldio no Residencial Dona Gercina. Somadas com condenações anteriores, o pintor terá que cumprir 133 anos em regime fechado.
A decisão foi proferida nesta terça-feira, 16, e teve execução imediata determinada pela Justiça. No julgamento, os jurados reconheceram que o homicídio foi cometido por motivo fútil e com extrema crueldade, acolhendo integralmente a tese do Ministério Público.
A defesa sustentou negativa de autoria, mas o argumento foi rejeitado pelo Conselho de Sentença. Segundo a sentença, a vítima foi atraída ao local sob falso pretexto e, já em uma área isolada, foi violentamente agredida com sucessivos golpes até a morte.
O juiz responsável pelo caso destacou o planejamento do crime, a vulnerabilidade da vítima e a impossibilidade de socorro como fatores que pesaram na fixação da pena. Além da condenação criminal, a Justiça fixou indenização mínima de R$ 100 mil por danos morais aos descendentes de Alexânia.
O magistrado também negou ao réu o direito de recorrer em liberdade, determinando o início imediato do cumprimento da pena, com base no entendimento do Supremo Tribunal Federal sobre a soberania das decisões do Tribunal do Júri.
Condenações anteriores
Um dia antes, na segunda-feira, 15, Rildo já havia sido condenado pelo Tribunal do Júri a 71 anos, 9 meses e 13 dias de prisão, também em regime fechado, pelos crimes de feminicídio, estupro e ocultação de cadáver contra Monara Pires Gouveia de Moraes.
A sentença acolheu integralmente a denúncia do Ministério Público. Após o julgamento, o advogado de defesa, Nylson Schmidt, confirmou o resultado e afirmou que todas as acusações foram reconhecidas pelos jurados.
“Ele foi condenado a 71 anos e 9 meses. Todos os crimes imputados pelo Ministério Público foram acatados”, disse. Segundo o defensor, a atuação da defesa foi estritamente técnica. “Nossa tese de defesa foi o que tinha no processo e o que não tinha”, afirmou.
Ele também relatou que o réu negou as acusações mais graves, como o estupro e a motivação do crime. “Essas provas, ao meu ver, não estavam esclarecidas no processo”, disse. Apesar das ponderações, o advogado afirmou que a defesa respeita a decisão do júri e não pretende recorrer.
“O veredito é soberano, representa a sociedade. Por isso, a defesa não irá recorrer.”
Na última quarta-feira, 10, Rildo já havia sido condenado a 41 anos de prisão por homicídio qualificado, estupro, ocultação de cadáver e roubo qualificado contra Elisângela da Silva Souza, de 26 anos, assassinada quando seguia para o trabalho.
Nesse caso, o júri também fixou indenização mínima de R$ 100 mil aos familiares da vítima. A sentença, assinada pelo juiz Cláudio Roberto Costa dos Santos Silva, apontou que a conduta do réu revelou “dolo intenso e especial desprezo pela dignidade e pela vida” da vítima, em um contexto de violência sexual, subtração de bens e morte.
Outro ponto considerado pelo Tribunal do Júri foi a existência de outras ações penais em andamento, relacionadas a crimes dolosos contra a vida com modus operandi semelhante, o que reforçou a gravidade do caso.
Investigações em andamento
Natural da Bahia e atuando como pintor, Rildo é investigado por ao menos seis ocorrências violentas, incluindo três feminicídios, um latrocínio e o desaparecimento de duas mulheres.
De acordo com a polícia, os crimes teriam ocorrido durante a madrugada, sempre em terrenos baldios, com vítimas mortas principalmente a pauladas na cabeça. Durante as investigações, a polícia apreendeu na residência do suspeito bolsas femininas, roupas, celulares e outros objetos que podem estar ligados a crimes ainda não esclarecidos.
Em um dos casos, segundo a polícia, o réu teria confessado o assassinato e detalhado a dinâmica do crime, incluindo violência sexual e ocultação do corpo. Com as condenações já proferidas, as penas impostas a Rildo Soares dos Santos ultrapassam 90 anos de prisão, todas a serem cumpridas inicialmente em regime fechado.
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