Silvânia lançou, na última segunda-feira, 30, o “Projeto de Ultra Alta Tensão no Nordeste do Brasil”, considerado a maior concessão de transmissão elétrica da história do país. A cerimônia marcou a instalação da obra conduzida pela State Grid Brazil Holding (SGBH), subsidiária do grupo chinês State Grid Corporation of China (SGCC), com investimento de R$ 18 bilhões.

A iniciativa, administrada pela Graça Aranha Transmissora de Energia, deve conectar a produção de energia limpa no Nordeste, eólica, solar e hidrelétrica, ao Centro-Oeste. A expectativa é que a medida beneficie cerca de 12 milhões de pessoas na região.

O projeto prevê a construção de uma linha de transmissão em corrente contínua de ultra alta tensão (800 kV), com 1.468 km de extensão, interligando os municípios de Graça Aranha, no Maranhão, e Silvânia, passando por Tocantins, além de duas estações conversoras e unidades de apoio.

Ao Jornal Opção, o prefeito de Silvânia, Carlão, afirmou que o projeto trará impactos positivos ao município. “Teremos um aumento de receita por meio do ISS e o ICM aos cofres municipais. A estimativa é alta para os próximos três anos, que é o prazo de conclusão da obra, e após isso durante os 30 anos, que é o período de concessão”, disse.

Além disso, segundo o prefeito, o empreendimento deve gerar empregos diretos e indiretos em região quilombola, que fica a cerca de 70 quilômetros do município. Ele também explica que a iniciativa deverá favorecer a chegada de indústrias e do agro, além de suprir demandas de energia.

“A falta de rede de energia limita muito o crescimento da área irrigada na nossa região e o fornecimento de agroindústrias. O projeto fará com que o campo seja beneficiado diretamente, já que indústrias poderão vir e isso irá gerar um valor agregado aos grãos”, explicou.

A expectativa é que a obra seja concluída até 2029, com concessão válida por 30 anos. De acordo com a SGBH, o empreendimento será fundamental para a segurança e estabilidade do sistema elétrico no Brasil. Além disso, o projeto deve impulsionar a integração de fontes renováveis à matriz energética e promoverá o desenvolvimento socioeconômico de baixo carbono.

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