Com impasse do IOF, Haddad fala em ‘melhorar’ regulação com novas mudanças e ‘reformas estruturais’

02 junho 2025 às 12h23

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O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, falou que o impasse quanto à alta do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) poderia alavancar o retorno ao debate quanto às renúncias fiscais. Ele acredita que é possível “melhorar” a regulação do IOF com novas alterações.
Em uma tentativa de fortalecimento da arrecadação, Lula aumentou a carga sobre o IOF. Com isso, a expectativa era de que R$ 19 bilhões entrassem nos cofres públicos este ano, na intenção de reduzir novas contenções no Orçamento.
“Nós sabemos o que precisa ser feito. Precisamos tomar uma decisão política do que será feito. E, diante do que eu ouvi, acredito que nessa semana a gente possa resolver e melhorar tanto a regulação do IOF, mas aí combinado com as questões estruturais. Não dá para dissociar mais uma coisa da outra”, disse Fernando Haddad em entrevista coletiva nesta segunda-feira, 2.
“[Querem] voltar para aquilo que foi a tônica do 1º ano e meio de governo, onde nós efetivamente conseguimos corrigir distorções no nosso Orçamento”, disse ele se referindo aos presidentes da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP). Foi negociado um prazo de 10 dias – a partir de 28 de maio – para que Haddad apresente uma solução sobre o assunto.
Segundo Haddad, essa foi uma oportunidade de revisitar os gastos tributários. A projeção da Fazenda é que estes gastos atinjam R$ 800 bilhões ainda em 2025. Haddad ainda afirmou que as “reformas estruturais vão voltar para a mesa”, mas não citou quais.
“Eu tenho duas alternativas. Uma é, com uma medida regulatória, resolver o problema de forma paliativa para cumprir as metas do ano. A outra, que interessa mais à Fazenda, é voltar para as reformas estruturais. Em 2023, várias foram feitas, nós ganhamos nota com as agências de risco, ganhamos prestígio, os investimentos voltaram”, declarou.
Ele continuou dizendo que o governo está em “sintonia” com a Câmara e o Senado. “É definir qual vai ser o recorte que vai ser feito dessas medidas e apresentar aos três presidentes. Se nós chegarmos a uma boa definição, 70, 80, 90% daquilo que for discutido… Se houver uma compreensão que é hora de avançar, eu acredito que vamos dar uma perspectiva muito mais sustentável, sem essas medidas paliativas”, disse.
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