Candidatos enraivecidos por perda da candidatura cobram providências da coligação
30 julho 2014 às 12h41
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Candidatos, que já investiram muito dinheiro em suas campanhas, estão temerosos de perder os investimentos. Alguns chegaram a aplicar mais de R$ 2 milhões
Sentença do Tribunal Regional Eleitoral de Goiás (TRE-GO) indeferiu a chapa de deputados federais formada por PHS, PSL, PEN, PTC, PMN e PV. A setença, transitada em julgado, já não admite recurso, uma vez que a chapa perdeu os prazos, que se encerraram no domingo, 27.
O representante da coligação, José Carlos da Silva, do PSL, diz que a decisão da TRE não foi enviada aos responsáveis pela chapa e, por isso, o prazo foi perdido. Porém, a coligação já está se movimentando para tentar reverter a situação. Quem está liderando a questão é o chefe da equipe jurídica da campanha do governador Marconi Perillo (PSDB) — uma vez que os partidos são da base do governador —, Ismerim Medina.
Segundo José Carlos, há brechas jurídicas que podem permitir que a coligação retome a candidatura dos 50 candidatos a deputado federal. Eram 51, mas um deverá desistir da candidatura — provavelmente um candidato do PV, ainda não definido — para que a coligação prossiga. A questão deverá ser definida pelos presidentes dos partidos ainda hoje.
E as providências estão sendo tomadas porque os candidatos não estão nada contentes com a situação. O presidente do PSL, Dário Paiva, por exemplo, é candidato a deputado federal e diz estar enraivecido. Contudo, acredita que conseguirão reverter o caso e prosseguir com a campanha.
Já Carlos Eduardo Belelli, o major Belelli do PHS, relata que se a situação não se resolver positivamente, há candidatos prontos para entrar na Justiça, inclusive contra a própria coligação. “Legalmente, o recurso já foi indeferido. Estão tentando resolver, mas é preciso dizer que isso foi um erro infantil. Perder prazo de recurso? Vou pedir explicações, porque nada justifica o que está ocorrendo”, diz.
Belelli salienta que, com o indeferimento das candidaturas, especulações começaram a surgir e que há muitos candidatos desesperados, pois investiram dinheiro na campanha. “Estive ontem na sede do PSL, que é a sede da coligação, e conversei com mais de 20 candidatos que estavam lá. Todos estão achando isso tudo muito estranho. Alguns chegeram a falar sobre conspiração”, afirma.
A questão é que alguns candidatos já investiram muito dinheiro em suas campanhas. “Há candidatos que já investiram mais de R$ 500 mil na campanha. E agora, como fica?”, declara Belelli. E, de fato, alguns candidatos fizeram grandes invetimentos nas campanhas, caso de Walter Paulo (PMN), dono das Faculdades Padrão.
Segundo informações, Walter — que é considerado o candidato com maior chances de ser eleito, entre os 50 que compõe a chapa — já havia investido aproximadamente R$ 2 milhões na campanha. Porém, até o fechamento desta matéria, Walter ainda não havia respondido às ligações da reportagem para comentar a situação.