Candidatos ao governo de Goiás participam de primeiro debate
25 agosto 2022 às 23h48
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Cinco candidatos ao governo de Goiás participaram do primeiro debate, na noite desta quinta-feira, 25. A organização, feita pelo UOL em parceria com o Portal 6, convidou os cinco mais bem colocados nas pesquisas.
Cíntia Dias (Psol), Edigar Diniz (Novo), Gustavo Mendanha (Patriota), Major Vitor Hugo (PL) e Wolmir Amado (PT) participaram do debate. O governador Ronaldo Caiado (UB) não compareceu porque teve compromisso inadiável em Brasília, segundo a assessoria informou aos organizadores. A ausência do governador foi questionada pelos demais candidatos, ao longo das respostas e perguntas.
O debate foi dividido em cinco blocos. No primeiro momento, os candidatos puderam se apresentar e responder por que motivo querem governar Goiás, ao longo de um minuto. No segundo bloco, faziam perguntas entre si, com direito a réplica e tréplica. Na terceira parte do debate, os candidatos responderam às perguntas dos jornalistas Pedro Hara (Portal 6) e Eduardo Militão (UOL). O quarto bloco teve, novamente, perguntas entre os candidatos e no quinto eles fizeram suas considerações finais.
No momento específico de se dirigir ao público, Major Vitor Hugo reforçou que tem apoio e apoia o presidente da república. “Ficou claro aqui que o único candidato do presidente Bolsonaro sou eu. Eu fui o único que fiz a defesa do governo Bolsonaro neste momento”, disse. A declaração não foi questionada por Gustavo Mendanha, que antes de se filiar ao Patriota, buscou a possibilidade de ser o candidato do partido de Bolsonaro em Goiás. Após mencionar o candidato a senador em sua chapa, João Campos (Republicanos), o ex-prefeito de Aparecida citou um trecho bíblico no encerramento do debate. “A bíblia diz que quando um justo governa, o povo se alegra”, afirmou.
A candidata pelo Psol, partido que decidiu não integrar a federação PT-PCdoB-PV, Cíntia Dias, afirmou que a sigla dará palanque ao ex-presidente Lula no estado. Após fazer críticas ao governo Bolsonaro, Cíntia Dias afirmou que “o único governo federal que poderá rever tudo isso é o Lula e ele vai subir no único palanque de luta no estado de Goiás, que é o nosso”, pontuou.
“Vereador federal”
Em uma das primeiras perguntas feitas no debate, Edigar Diniz (Novo) chamou Major Vitor Hugo (PL), então deputado federal, de “vereador federal”. “Quando você fala de seu mandato, só vejo você falando dos R$ 320 milhões que distribuiu. Escutei você falando em uma entrevista que levou um posto artesiano. Um deputado federal tem que olhar para o país, trabalhar com reformas, lutar contra o Fundão absurdo que foi, lutar por reformas administrativas e contra o foro privilegiado. (…) Se você não conseguiu entender o papel de um deputado federal, como é que a gente confia que você compreende o papel de um governador do estado?”, questionou.
Em resposta, o Major lembrou de pautas para as quais votou a favor na Câmara, como Reforma da Previdência e Auxílio Emergencial. “Inclusive, muitas das pautas que nós aprovamos [foram] contra a vontade do seu partido Novo, que é completamente incoerente, que fala que não faz alianças espúrias, mas seu governador Zema está com mais de dez partidos lá em Minas Gerais. Você não tem respaldo para falar de mim, você nunca exerceu um cargo público. Espero que se um dia você exercer no Legislativo, você faça pelos municípios goianos metade do que eu já fiz”, respondeu.
Enel
Na sessão em que os candidatos responderam a perguntas dos jornalistas, Wolmir Amado foi questionado sobre sua postura em relação à Enel e se iria rever o contrato de concessão com a concessionária, caso eleito. Em 2021, a Enel foi a terceira pior empresa de energia do país, segundo ranking da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). “Primeiro me parece que houve um erro fundamental na discussão entre Celg e transferência para Enel. Porque não houve consulta plebiscitária. Questões essenciais de governo devem ser perguntadas ao conjunto do povo [para saber] se deve ou não alienar os bens do estado (…) Agora, com o estrago feito, é preciso repactuar o contrato”, respondeu o candidato do PT.