O governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), expressou duras críticas à Proposta de Emenda Constitucional (PEC) da Segurança Pública em entrevista à CNN nesta segunda-feira, 4. Ele descreveu a PEC como uma iniciativa “totalmente infértil” que “desvirtua o debate”, apontando que a medida serve apenas para desviar a atenção da ineficácia do governo federal no combate ao crime organizado.

Caiado defendeu a rejeição do texto no Congresso Nacional e acusou a União de “lavar as mãos” diante de suas responsabilidades na área da segurança pública. Entre os pontos polêmicos da PEC, Caiado destacou o foco no uso de câmeras corporais para agentes de segurança, que, segundo ele, funcionam como uma “cortina de fumaça” para encobrir a falta de ações eficazes da União no enfrentamento ao crime organizado.

“É a maneira do governo lavar as mãos, um governo preguiçoso, ele não quer enfrentar o crime”. Em sua participação no programa Live CNN, Caiado questionou a atuação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em áreas essenciais, como controle de fronteiras e combate ao contrabando, após dois anos de mandato.

“Não tem compromisso, é só discurso, não tem prática para combater as facções criminosas”, acrescentou. Para o governador, o compartilhamento dos dados do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) seria uma contribuição mais efetiva da União.

O governador ressaltou ainda a importância de focar em medidas comprovadamente eficazes para a segurança pública. Ele destacou que, em Goiás, a integração com forças policiais federais e parcerias com governadores do Centro-Oeste têm gerado resultados positivos, permitindo operações conjuntas sem limites territoriais entre estados.

“Tenho integração e algo mais, o acordo de governadores do Centro-Oeste, que não tem limite de fronteiras”, argumentou ao citar que os agentes têm prerrogativa de entrar no território do estado vizinho em casos de perseguição policial. Durante a conversa, Caiado demonstrou ceticismo em relação à aprovação da PEC no Congresso.

“É muito difícil um senador ou deputado votar uma emenda constitucional que retira prerrogativas dos estados. Eu não acredito nisso, porque a União já se mostrou incompetente para o caso”, frisou sobre a medida oficialmente apresentada aos governadores pelo presidente Lula na última quinta-feira, 31, em Brasília (DF).

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