Em Goiás, nos últimos anos, mais de quatro mil casos foram parar na mão de um juiz. Maioria dos conflitos envolvem crimes contra a mulher ou infidelidade

O mundo virtual e as redes sociais se fazem cada vez mais presentes na vida do brasileiro. Com tantos adeptos que usam aplicativos diariamente e se relacionam através da internet, é natural que os conflitos próprios da interação humana também cresçam nesse ambiente.

Foi exatamente isso que constatou um levantamento feito pelo Tribunal de Justiça de Goiás (TJGO). Dados mostraram que as redes sociais foram mencionadas em quase 4,2 mil processos que foram parar na Justiça goiana de 2014 até o início deste ano.

Segundo o apontamento, o Whatsapp é o recordista de conflitos: foi mencionado em 2.366 processos. O Facebook aparece em segundo lugar, com mais de 1,8 mil menções e, por último, o Instagram, que teve quase 90 registros.

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De acordo com os dados do TJGO, a maioria dos casos estão relacionados a crimes contra a mulher, principalmente nas relações abusivas ou que envolvem infidelidade.

Para o presidente do Instituto Goiano de Direito Digital (IGDD), Rafael Maciel, na internet as pessoas são tomadas de uma coragem para assumir seus posicionamentos que não têm de forma presencial.”Falar o que se quer atrás de um computador ou até por anonimato, através de perfis falsos, dá uma sensação de que você não será descoberto ou de que não será responsabilizado”, disse.

No entanto, Rafael destaca que mudanças recentes na legislação trouxeram um efeito pedagógico que tem diminuído os conflitos dessa natureza. “A legislação nem precisava mudar porque essas condutas na internet já eram consideradas criminosas, mas novas leis como o Marco Civil e a Lei Carolina Dieckman deram a sensação de que a internet passou a ser mais segura”, finaliza.