Brasil cresce 0,9% no terceiro trimestre e só fica atrás de Indonésia e México no G20
03 dezembro 2024 às 18h14
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A economia brasileira cresceu 0,9% no terceiro trimestre deste ano, em comparação com o período anterior, e ficou atrás apenas da Indonésia e México entre os países do G20. Os dados foram divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta terça-feira, 3.
O crescimento do Produtor Interno Bruto (PIB) brasileiro se iguala ao da China no período. Os setores que mais contribuíram foram os serviços (alta de 0,9%) e a indústria (alta de 0,6%). O setor agropecuário recuou 0,9% no período.
Segundo o IBGE, no setor de serviços “houve expansões em informação e comunicação (2,1%), outras atividades de serviços (1,7%), atividades financeiras, de seguros e serviços relacionados (1,5%), atividades imobiliárias (1,0%), comércio (0,8%), transporte, armazenagem e correio (0,6%) e administração, defesa, saúde e educação públicas e seguridade social (0,5%)”.
“Na indústria, destaca-se o crescimento de 1,3% nas indústrias de transformação. Por outro lado, caíram: construção (-1,7%), eletricidade e gás, água, esgoto, atividades de gestão de resíduos (-1,4%) e indústrias extrativas (-0,3%)”, diz o instituto.
Em comparação com o mesmo período do ano passado, o PIB do Brasil cresceu 4%. Até o terceiro trimestre, o PIB brasileiro cresceu 3,3% em relação ao mesmo período do ano anterior.
O resultado apontado pelo IBGE está um pouco acima da projeção feita por diferentes economistas e institutos de pesquisa. A preocupação, no entanto, se deve ao aumento dos preços no país. A inflação dos últimos 12 meses atingiu 4,77%, puxada pelo aumento nos alimentos e nas tarifas de energia elétrica.
Países como África do Sul, na Argentina, na Austrália, na Índia e na Rússia ainda não divulgaram informações sobre seus respectivos PIBs no terceiro trimestre deste ano.
A Confederação Nacional da Indústria (CNI) analisou o terceiro trimestre do PIB e afirmou que o crescimento brasileiro aconteceu em um “ritmo acima das expectativas”.
“Boa parte da surpresa com o ritmo mais elevado de crescimento no primeiro semestre de 2024 se deve à expansão fiscal. O aumento de gastos com pessoal, a antecipação do calendário de transferências de renda, as despesas relacionadas à recuperação do Rio Grande do Sul e o aumento dos benefícios e do número de beneficiários da previdência são alguns destaques de uma série de despesas que levou a uma forte elevação do impulso fiscal no período”, diz o texto.
“Além disso, há o mercado de trabalho, que continua aquecido. A ocupação segue em elevação em um cenário de taxa de desemprego baixa, ambiente que vem proporcionando altas reais expressivas do rendimento do trabalho. Com isso, a taxa de crescimento real da massa salarial se ampliou no primeiro semestre de 2024, mostrando alta superior às já significativas taxas dos últimos dois anos.”