A economia brasileira cresceu 0,9% no terceiro trimestre deste ano, em comparação com o período anterior, e ficou atrás apenas da Indonésia e México entre os países do G20. Os dados foram divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta terça-feira, 3.

O crescimento do Produtor Interno Bruto (PIB) brasileiro se iguala ao da China no período. Os setores que mais contribuíram foram os serviços (alta de 0,9%) e a indústria (alta de 0,6%). O setor agropecuário recuou 0,9% no período.

Segundo o IBGE, no setor de serviços “houve expansões em informação e comunicação (2,1%), outras atividades de serviços (1,7%), atividades financeiras, de seguros e serviços relacionados (1,5%), atividades imobiliárias (1,0%), comércio (0,8%), transporte, armazenagem e correio (0,6%) e administração, defesa, saúde e educação públicas e seguridade social (0,5%)”.

“Na indústria, destaca-se o crescimento de 1,3% nas indústrias de transformação. Por outro lado, caíram: construção (-1,7%), eletricidade e gás, água, esgoto, atividades de gestão de resíduos (-1,4%) e indústrias extrativas (-0,3%)”, diz o instituto.

Em comparação com o mesmo período do ano passado, o PIB do Brasil cresceu 4%. Até o terceiro trimestre, o PIB brasileiro cresceu 3,3% em relação ao mesmo período do ano anterior.

O resultado apontado pelo IBGE está um pouco acima da projeção feita por diferentes economistas e institutos de pesquisa. A preocupação, no entanto, se deve ao aumento dos preços no país. A inflação dos últimos 12 meses atingiu 4,77%, puxada pelo aumento nos alimentos e nas tarifas de energia elétrica.

Países como África do Sul, na Argentina, na Austrália, na Índia e na Rússia ainda não divulgaram informações sobre seus respectivos PIBs no terceiro trimestre deste ano.

A Confederação Nacional da Indústria (CNI) analisou o terceiro trimestre do PIB e afirmou que o crescimento brasileiro aconteceu em um “ritmo acima das expectativas”.

“Boa parte da surpresa com o ritmo mais elevado de crescimento no primeiro semestre de 2024 se deve à expansão fiscal. O aumento de gastos com pessoal, a antecipação do calendário de transferências de renda, as despesas relacionadas à recuperação do Rio Grande do Sul e o aumento dos benefícios e do número de beneficiários da previdência são alguns destaques de uma série de despesas que levou a uma forte elevação do impulso fiscal no período”, diz o texto.

“Além disso, há o mercado de trabalho, que continua aquecido. A ocupação segue em elevação em um cenário de taxa de desemprego baixa, ambiente que vem proporcionando altas reais expressivas do rendimento do trabalho. Com isso, a taxa de crescimento real da massa salarial se ampliou no primeiro semestre de 2024, mostrando alta superior às já significativas taxas dos últimos dois anos.”

Leia também

PIB de Goiás avança e cresce 8% no mês de setembro