Membros do grupo pró-Bolsonaro estariam em viagem de São Paulo a Brasília para uma reunião com o ex-presidente nesta quinta-feira, 21, para debater sua nova estratégia em relação à Mauro Cid.

De acordo com informações da CNN, a equipe bolsonarista considera a possibilidade de confrontar Cid, que até agora foi considerado um aliado. Essa revisão da estratégia é uma resposta aos vazamentos de supostos trechos da delação que o ex-ajudante fez à Polícia Federal (PF).

Nesta quinta, o jornal O Globo e o portal Uol relataram que Cid teria informado à PF sobre uma reunião em que Bolsonaro teria discutido uma minuta de plano golpista com as Forças Armadas. Segundo as reportagens, o então comandante da Marinha, Almir Garnier, teria apoiado o plano de golpe.

Fontes próximas a Bolsonaro minimizaram esses relatos em entrevista à CNN. Segundo interlocutores do ex-presidente, mesmo que Cid tenha mencionado essa reunião com a PF, o depoimento indicaria que Bolsonaro apenas foi consultado e não seguiu adiante com o plano.

A PF também estaria investigando se essa minuta mencionada por Cid tem alguma relação com o texto golpista encontrado na residência do ex-ministro da Justiça, Anderson Torres.

A defesa de Cid emitiu uma declaração sobre as reportagens, em que alegou que “não tem os referidos depoimentos, que são sigilosos, e por essa mesma razão não confirma seu conteúdo”. Desde que o ex-ajudante de ordens decidiu cooperar com a Polícia Federal, a equipe do ex-presidente tem sido aconselhada a evitar o confronto e a continuar o tratando como um aliado.

Em uma entrevista ao jornal Folha de S. Paulo, Bolsonaro se referiu a Cid como seu “filho” e expressou o desejo de “abraçar” o ex-ajudante de ordens. Esses novos vazamentos relacionados à delação também serão usados como argumento pela defesa de Bolsonaro para reiterar seus pedidos de acesso ao depoimento.

As solicitações foram negadas, em um primeiro momento, pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, no último dia 11 de setembro. A defesa de Mauro Cid ressalta que não pode confirmar o conteúdo das delações, uma vez que elas estão sob sigilo.

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