Bolsonaro já está inelegível

29 junho 2023 às 16h46

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A três votos do fim do julgamento, que segue nesta sexta-feira, 30, Bolsonaro já está inelegível. O placar está em 3 a 1 contra Jair. Para conseguir maioria, o ex-presidente precisaria do apoio dos três ministros que ainda não votaram: Carmem Lúcia, Kassio Nunes Marques e Alexandre de Moraes.
Não é necessária uma bola de cristal para imaginar qual seria o voto do presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes, por exemplo. Ousaria dizer que já dá até pra cravar o placar final: 5 a 2, contra Bolsonaro. Isso se Nunes Marques, o ministro nomeado pelo capitão, votar a favor dele.
O próprio PL, partido do ex-presidente, já dá como certa a inelegibilidade de Jair. E na avaliação da cúpula do partido, isso poderia até ser benéfico para a legenda, caso Bolsonaro tope ser cabo eleitoral de luxo para alcançar a meta de saltar de 300 para 1.300 prefeituras comandadas por um correligionário.
Mas até o PL sabe o óbvio: além de inelegível, Bolsonaro é imprevisível. A possibilidade do capitão apelar e, como no seriado “Chaves”, dar uma de Quico é grande. Já que não vai poder “jogar”, ele pode querer levar a bola pra casa pra “brincar” sozinho. Na falta dele, quem poderá o substituir?
O partido já deu sinais de que apostaria em Michelle Bolsonaro, hoje presidente do PL Mulher, para a presidência. Mas sua inexperiência em eleições pode ser um fator determinante para sua queda antes mesmo da ascensão. Fora ela, os filhos poderiam ser uma opção para a sucessão. Isso se a Polícia Federal deixar. E soma-se a isso o fato de que nenhum deles parece animar – e, principalmente, unir – a base bolsonarista.
Entre os governadores, três nomes circulam nas rodas direitistas como “promessa” num futuro sem Bolsonaro: Tarcísio de Freitas (Republicanos), de São Paulo; Romeu Zema (Novo), de Minas Gerais; e o goiano Ronaldo Caiado (UB).
O primeiro tem um perfil moderado, o que o torna “xôxo” para a base mais radical. O segundo chegou a sugerir em entrevista que Bolsonaro é responsável pelo “descontrole” de sua base, e ganhou resistência de alguns grupos. Já Caiado, animou a direita – dos moderados aos mais conservadores – com seu discurso de efeito na CPI do MST.
Mas ainda é cedo pra dizer. Muitos nomes devem surgir e outros podem cair nessa lista nos próximos meses. De qualquer forma, as eleições de 2026 passam por 2024, o ano que servirá de bússola para definir os próximos passos do Brasil.