Bolsonaro fica em silêncio durante depoimento à Polícia Federal sobre suposta tentativa de golpe
22 fevereiro 2024 às 16h36
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A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) informou que ele ficou em silêncio durante o depoimento na Polícia Federal (PF), em Brasília, em investigação sobre suposta tentativa de golpe de Estado. Fábio Wajngarten disse que o silêncio não foi “simplesmente o uso do exercício constitucional silêncio, mas uma estratégia baseada no fato de que a defesa não teve acesso a todos os elementos por quais está sendo imputada ao presidente a prática de certos delitos”.
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O ex-ministro das comunicações de Bolsonaro e advogado de defesa do ex-presidente apontou ainda que a falta de acesso à delação de Mauro Cid e as mídias obtidas em celulares apreendidos de investigados impedem que a defesa tenha um mínimo de conhecimento de por quais elementos ele é alvo de convocação de depoimento.
Em nota, a defesa disse ainda que Bolsonaro não se opõe ao depoimento e que deve fazer assim que o acesso as informações seja garantida. “Não sendo demais lembrar que jamais se furtou ao comparecimento perante a autoridade policial quando intimado”, diz o comunicado.
Além de Bolsonaro, outros investigados também compareceram à sede da PF para prestar depoimento. Entre eles ex-ministro e candidato a vice-presidente pelo PL nas eleições de 2022, Walter Souza Braga Netto; o presidente do PL, Valdemar Costa Neto; o ex-ministro substituto da Secretaria-Geral da Presidência Mário Fernandes; o oficial do Exército Ronald Ferreira de Araújo Junior; e o ex-comandante da Marinha, Almir Garnier.
Lista de convocados para depoimento
- Jair Bolsonaro (ex-presidente)
- Augusto Heleno (general e ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional)
- Anderson Torres (ex-ministro da Justiça)
- Marcelo Costa Câmara (coronel do Exército)
- Mário Fernandes (ex-ministro substituto da Secretaria-Geral da Presidência)
- Tércio Arnaud (ex-assessor de Bolsonaro)
- Almir Garnier (ex-comandante geral da Marinha)
- Valdemar Costa Neto (presidente do PL)
- Paulo Sérgio Nogueira (ex-ministro da Defesa)
- Cleverson Ney Magalhães (coronel do Exército)
- Walter Souza Braga Netto (ex-ministro e ex-candidato a vice na chapa de Bolsonaro)
- Bernardo Romão Correia Neto (coronel do Exército)
- Bernardo Ferreira de Araújo Júnior.
- Ronald Ferreira de Araújo Junior (oficial do Exército)
- Hélio Ferreira Lima, Sérgio Ricardo Cavaliere de Medeiros, Ailton Gonçalves Moraes de Barros e Rafael Martins Oliveira;
- São Paulo: Amauri Feres Saad e José Eduardo de Oliveira;
- Paraná: Filipe Garcia Martins;
- Minas Gerais: Éder Balbino;
- Mato Grosso do Sul: Laércio Virgílio;
- Espírito Santo: Ângelo Martins Denicoli;
- Ceará: Estevam Theophilo (esse depoimento é o único marcado para sexta-feira).
Operação
A Operação Tempus Veritatis da Polícia Federal foi deflagrada na quinta-feira, 8, com o objetivo de investigar suposta organização criminosa que teria atuado na tentativa de golpe de Estado e abolição do Estado Democrático de Direito. O grupo criminoso, segundo a PF, tinha o objetivo de obter vantagens políticas com a manutenção do então presidente da República Jair Bolsonaro no poder. A operação foi desencadeada após Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, firmar um acordo de colaboração premiada com os investigadores da PF.
Além de Bolsonaro, alguns dos seus principais aliados políticos e ex-ministro também estão sob investigação. A operação ocorreu em vários estados do País, incluindo Amazonas, Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Ceará, Espírito Santo, Paraná, Goiás e Distrito Federal.
Se for condenado pelos crimes de tentativa de golpe de Estado, tentativa de abolição do Estado democrático de Direito e associação criminosa, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) poderá ficar inelegível por mais de 30 anos
Os alvos incluíram o ex-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) general Augusto Heleno Ribeiro Pereira, o ex-ministro da Casa Civil Walter Souza Braga Netto, o ex-ministro da Defesa Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira e o ex-ministro da Justiça Anderson Torres.
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