Bolsonaro deixa calote bilionário na Caixa com Auxílio Brasil e linhas de crédito

29 maio 2023 às 15h36

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O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) deixou um calote bilionário na Caixa Econômica Federal (CEF) na sua gestão. A criação do Auxílio Brasil e duas linhas de crédito no banco, na tentativa de se aproximar com a população mais pobre visando as eleições de 2022, são o motivo.
Em 17 de março de 2022, Bolsonaro e o presidente da Caixa na época, Pedro Guimarães, assinaram duas medidas provisórias. A primeira delas estabelecia uma linha de microcrédito para pessoas com restrições no crédito. A segunda medida provisória permitia empréstimos consignados vinculados ao programa social Auxílio Brasil.
Até as eleições, o banco estatal concedeu um total de R$ 10,6 bilhões em empréstimos para 6,8 milhões de pessoas. É importante ressaltar que essa “estratégia” resultou na redução das reservas da Caixa. No último trimestre de 2022, o índice de liquidez de curto prazo atingiu o menor nível já registrado pelo banco.
Campanha
Segundo informações obtidas pelo portal UOL, que teve acesso a dados mantidos em sigilo pela Caixa, o banco foi utilizado como uma ferramenta de campanha por Bolsonaro, através de práticas obscuras e falta de transparência.
No final do ano eleitoral, o volume total de empréstimos concedidos pela Caixa chegou a R$ 162 bilhões, o que representa uma redução de R$ 70 bilhões em comparação ao ano anterior. Esse é o valor mais baixo registrado desde o início da série histórica em 2017.
Em dezembro de 2022, Rita Serrano, então representante dos funcionários no conselho de administração da Caixa, criticou as ações tomadas pelo banco.
“Eu entendo que essas ações que o banco executou para o governo federal são controversas e foram claramente usadas antes da eleição com objetivos bastante questionáveis. Esse é o grande problema e será herança para o próximo governo”, destacou.
Nos últimos dois meses do ano, após a derrota do ex-presidente, a Caixa adotou uma abordagem drástica de redução de novos créditos. Esse movimento foi parte de um “plano de contingência sigiloso” para recuperar a liquidez do banco.