O interrogatório determinado pelo ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), para instruir a investigação sobre fraudes no Banco Master deve ser realizado nesta terça-feira, 30, a partir das 14h. A audiência será conduzida de forma presencial pela delegada da Polícia Federal (PF), Janaína Palazzo, em uma sala do tribunal reservada para depoimentos.

O STF também disponibilizou um link de acesso para o caso de algum dos intimados preferir participar remotamente. Estarão presentes, o dono do Master, Daniel Vorcaro, o ex-presidente do Banco de Brasília (BRB), Paulo Henrique Costa e o diretor de Fiscalização do Banco Central, Ailton de Aquino – acompanhados dos respectivos advogados.

A expectativa é de que a delegada colete, inicialmente, o depoimento de cada um dos três depoentes para, em seguida, confrontá-los sobre pontos divergentes. O ministro do STF deu autonomia para a delegada encarregada do caso decidir se haverá mesmo necessidade de pôr os interrogados frente a frente.

Toffoli havia pedido ao diretor-geral da PF, Andrei Passos Rodrigues, para designar um delegado para a condução das diligências. Andrei decidiu manter a delegada que conduzia o caso desde o início, a chefe da Delegacia de Inquéritos Especiais da Superintendência da PF em Brasília, Janaína Palazzo.

Investigação

Venda de falsas carteiras de crédito consignado do Banco Master | Foto: Reprodução

A delegada Janaína Palazzo apontou à Justiça Federal a existência de irregularidades na venda de falsas carteiras de crédito consignado do Banco Master para o BRB por R$ 12,2 bilhões. Com base nos indícios colhidos, ela pediu a prisão preventiva de Vorcaro e outros dirigentes do Master.

Ele foi preso em 17 de novembro por ordem da 10.ª Vara Federal de Brasília e solto no dia 29 do mesmo mês após um habeas corpus no Tribunal Regional Federal da 1.ª Região (TRF-1). Dias depois, a investigação foi enviada ao STF por causa da apreensão de um documento com Vorcaro, que citava um deputado federal.

Dias Toffoli não estará no local; ele será representado por um juiz auxiliar de seu gabinete. O procurador-geral da República, Paulo Gonet, também deve enviar um substituto ao STF. Em parecer, Gonet foi contrário à acareação neste momento das investigações, por considerar a medida “prematura”.

Banco Central

Banco Central decretou a liquidação do Banco Master | Foto: Reprodução

O departamento jurídico do Banco Central recorreu ao Tribunal dizendo que a acareação era um “constrangimento de entidades públicas”, mas Toffoli manteve a audiência marcada. Esclareceu, no entanto, que nem o Banco Central nem Ailton de Aquino são investigados no caso.

Em novembro, o Banco Central decretou a liquidação extrajudicial do Banco Master, em decorrência de investigações da Polícia Federal sobre suspeitas na gestão da instituição. Por determinação de Toffoli, o caso passou a ser conduzido pelo STF e tramita sob elevado grau de sigilo.

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