Entidade defende que prejuízos emocionais e sociais serão ainda mais graves caso o afastamento se prolongue 

Criança usando proteção contra a Covid-19 | Foto:  Singkham/Getty Images

A Sociedade Goiana de Pediatria (SGP), entidade que representa os médicos pediatras do Estado, emitiu uma nota em que recomenda o retorno das crianças e adolescentes às atividades escolares presenciais. Com a proximidade da volta às aulas na rede pública, a SGP afirma que a medida evitará prejuízos emocionais e sociais com o prolongamento do afastamento.

A entidade se baseia em dados como o levantamento feito pela própria SBP que mostra que as taxas de internações e mortes pela Covid-19 em crianças permanecem relativamente baixas, com percentual de 1,5% e 0,33% respectivamente. Em Goiás, na data de ontem, a taxa de ocupação dos leitos de UTI pediátrica para covid-19 na rede pública estava abaixo da capacidade total – movimento que se mantém ao longo de toda a pandemia. 

O comunicado é assinado pela médica Marise Tofoli, Presidente da SGP. A médica pediatra afirma que a comunidade científica mundial tem apresentado dados convincentes que apontam a menor suscetibilidade das crianças à infecção pela covid-19. As constatações se dão mesmo diante das novas variações do vírus, consideradas mais transmissíveis. Como base de comparação, os sintomas do Sars-CoV-2 em pacientes pediátricos têm se manifestado de forma mais branda do que os quadros de infecção pelo vírus influenza (gripe comum).

No documento, lê-se: 

“Para além da preocupação natural e não menos importante relacionada a infecção pelo novo coronavírus, a pediatria está atenta aos prejuízos emocionais causados pelo isolamento social, como depressão, automutilação e suicídio. Os especialistas também estão concentrados nos danos sociais que o afastamento da sala de aula trouxe e ainda poderá trazer sobre toda uma geração de indivíduos concernente a aquisição de habilidades cognitivas. A SGP compreende que o ambiente escolar é o local propício para interação, desenvolvimento social, acolhimento e proteção de crianças e adolescentes que estão em plena formação cerebral.”

“A SGP – instituição que zela pela saúde da população infantil – acompanha de perto os impactos da pandemia e entende que o atual cenário de avanço da vacinação no Brasil deve ser argumento suficientemente capaz de convencer pais e responsáveis de que crianças e adolescentes não devem mais ser privados do direito ao convívio social proporcionado pela escola. Embora a pandemia ainda não tenha acabado, não é motivo de menos importância os impactos emocionais e cognitivos que o distanciamento da sala de aula pode acarretar.”

“O imediato retorno às aulas presenciais, com a aplicação dos devidos protocolos sanitários e observação das regras estaduais e municipais, deve ser considerado pelas famílias como ação primordial visando o bem-estar e o bom desenvolvimento dos filhos ou daqueles que estejam sob sua responsabilidade.”