Ativistas pedem solução para violência contra mulheres em Goiânia
07 agosto 2014 às 12h51

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Integrantes de movimento alertaram sobre a situação da violência na capital. Melhor efetividade na aplicação da Lei Maria da Penha também foi cobrada
O Palácio Pedro Ludovico Teixeira, no Centro de Goiânia, foi palco de manifestação contra o alto índice de assassinatos contra jovens mulheres na capital nesta quinta-feira (7/8). Ativistas do Fórum Goiano de Mulheres levantaram faixas e cartazes protestando contra o que classificam de feminicídio e o descaso do poder público no setor da segurança em Goiás.
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Nesta semana, Goiânia está sendo destaque nacional após a Polícia Civil considerar no último fim de semana a hipótese de que um assassino em série estaria tirando vidas de mulheres jovens na capital.
Um documento lido durante o ato ressaltou a morte de 45 mulheres em Goiânia em menos de sete meses desde o início do ano. “Esse trabalho do levantamento de dados [sobre os assassinatos] vem sendo feito desde junho”, relatou Ariana Tozzatti ao Jornal Opção Online, coordenadora de comunicação do fórum. Ela afirmou que dados sobre a elevação no número de casos foram solicitados ao secretário de Segurança Pública do Estado, Joaquim Mesquita. No entanto, segundo o fórum, as estatísticas não foram repassadas.
Um total de 13 de crimes teria sido cometido com as mesmas características. Um suspeito com uma motocicleta e capacete pretos aborda a vítima, saca a arma e dispara contra ela, sem levar nada. O governo estadual anunciou força-tarefa para elucidar os crimes.
Integrantes do fórum reuniram-se com o titular da pasta na quarta-feira (6). Na oportunidade, as mulheres pediram maior transparência sobre a gestão de recursos repassados pelo governo federal ao Estado e que são aplicados na Secretaria de Estado de Políticas para Mulheres e Promoção da Igualdade Racial (Semira).
Outra pauta levantada pelo grupo foi o aniversário de oito anos da Lei Maria da Penha. Segundo o grupo, mulheres do Estado ainda sofrem com a não aplicação dos direitos previstos pela Constituição Federal.
Elas denunciam ainda a falta de estrutura nas delegacias especializadas, a ausência de serviços de atendimento de vítimas de violência doméstica e a lentidão e o “machismo” do Poder Judiciário. Além disso, questionam a elevação do número de mortes por violência urbana, doméstica e sexual.