Até abril pesquisadores esperam sequenciar cerca de 120 amostras relacionadas as novas cepas da Covid-19 em Goiás

15 março 2021 às 12h40

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Segundo a professora e pesquisadora da PUC Goiás e da UFG, Mariana Telles, foram identificados até o momento três tipos de linhagem: P.1, P.2 e a B.1.1.7

A pouco mais de um mês da descoberta da nova cepa da Covid-19 em Goiás, pesquisadores da Universidade Federal de Goiás (UFG), tem trabalhado no sequenciamento das variantes. A professora e pesquisadora, Mariana Telles trabalha no piloto do projeto que faz o estudo e afirma que espera sequenciar até abril cerca de 120 amostras.
Segundo a pesquisadora, foram identificados três tipos de linhagem: P.1, P.2 e a B.1.1.7. “Nós sequenciamos oito amostras até agora e fizemos um piloto do projeto para validar o protocolo e nessas oito amostras tem quatro que são de Anápolis, três de Goiânia e uma de Catalão. A gente verificou então, essas linhagens que são a P.1, que é uma linhagem emergente de Manaus que está bastante conhecida e a outra B.1.1.7 que é do Reino Unido, que também é uma emergente que confere então, maior transmissibilidade e potencial de agravamento da doença”, explica Mariana.
“Os próximos passos é junto com a Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia e a Secretaria Estadual de Saúde de Goiás sequenciar agora mais 60 amostras, sendo 30 de Goiânia e 30 dos outros municípios de Goiás, e depois mais no final de março/abril a gente sequenciar mais 60 nesse mesmo esquema totalizando 120 amostras”, esclarece a pesquisadora.
Ações
A pesquisadora explica ainda que, no projeto não tem a previsão de vigilância, mas, as informações são repassadas para as secretarias. “Como estamos em contato com o pessoal da secretaria municipal e estadual, a gente passa as informações e elas vão tomar as devidas providências em termos de ações e vigilâncias a partir dos dados do projeto”, conta.
O estudo de sequenciamento das amostras é feito por meio de parcerias entre a Pontifícia Universidade de Goiás (PUC-GO), a Universidade Federal de Goiás (UFG), e o Instituto Federal de Goiás (IFG), e conta com a participação de professores, pesquisadores e estudantes de pós-graduação.
“A gente tem além das equipes das três universidades uma parceria com o Laboratório Lacen e a Secretaria Municipal com o laboratório Saúde, que a gente tem algumas amostras que vem de Goiânia e um outro laboratório particular que se chama DNA Gyn, estamos com parceria com esses laboratórios para fazer a gestão dessas amostras”, destaca.
Prevenção
A pesquisadora, Mariana Telles reforça a necessidade de manter os cuidados, já que o índice de vacinação ainda está baixo e a contaminação pelas novas variantes é maior. “Em relação as vacinas, a gente viu que algumas vacinas parece que mantém a imunidade boa mesmo com essas variantes, mas, eu acho que essa discussão tem que ser feita em um outro momento, porque na verdade a gente precisa vacinar o maior número de pessoas possíveis, essa é a mensagem que precisa ficar”, salienta.
“A única forma de impedir ou pelo menos minimizar a disseminação dessas variantes que são bastantes preocupantes e levam ao agravamento da pandemia é o isolamento social e o distanciamento. O uso correto dos equipamentos de proteção individual e dos protocolos de distanciamento e isolamento, somente assim a gente consegue conter esse avanço das variantes novas e das velhas e de qualquer variante, é a única forma já que a gente tem um percentual muito baixo ainda de vacinação”, completa .