Aprovação de Lula se mantém em 38%, mas reprovação sobe para 31%, diz Datafolha

14 setembro 2023 às 19h40

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Oito meses após iniciar seu terceiro mandato, o presidente Lula (PT) mantém sua taxa de aprovação estável, embora tenha visto a taxa de desaprovação aumentar. De acordo com a pesquisa mais recente conduzida pelo Datafolha, 38% consideram o desempenho do presidente como bom ou ótimo, enquanto 30% o avaliam como regular e 31% o consideram ruim ou péssimo.
Esses dados foram coletados em entrevistas com 2.016 pessoas em 139 cidades durante os dias 12 e 13 da semana. A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos. Um pequeno grupo de entrevistados (2%) não soube opinar. A única mudança significativa em relação à pesquisa de junho passado, levando em consideração que números iguais dentro da margem de erro não constituem empate, foi o aumento na taxa de desaprovação, que era de 27% na época.
É importante ressaltar que esse aumento na desaprovação não pode ser caracterizado como uma deterioração acentuada da imagem do presidente. Um aspecto positivo para o presidente é a manutenção de seu apoio em meio a instabilidades políticas, como as negociações em torno da ampliação do espaço do centrão, que era uma base importante para o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Apesar das idas e vindas nas negociações, Lula cedeu ministérios para o grupo conservador, embora sem garantias de apoio no Congresso.
É interessante notar que o desconforto em sua base política devido à demissão da ministra Ana Moser (Esporte) não parece refletir na opinião da população em geral. Isso pode ser explicado pelo fato de que a cobertura negativa da mídia sobre Bolsonaro, seu adversário político, pode manter a polarização e evitar grandes oscilações no eleitorado.
Além disso, as principais preocupações econômicas, como inflação e desemprego, estão sob controle, o que também contribui para a estabilidade na popularidade do presidente. Esses problemas são mais tangíveis para a percepção pública do que o crescimento do Produto Interno Bruto, que é uma métrica menos compreensível para a maioria das pessoas.
Para jovens, atuação de Lula é regular
A aprovação de Lula segue estratificada, com suas maiores taxas entre os nordestinos (49%), pessoas com menor nível de instrução (53%) e aqueles com renda mais baixa (43%). Por outro lado, ele é mais rejeitado no Sul (39%), entre os mais escolarizados (39%) e na classe média mais abastada (44%). Além disso, Lula não conseguiu atrair o apoio dos evangélicos (41%), que são mais associados ao bolsonarismo.
Um grupo que chama a atenção são os jovens de 16 a 24 anos, que compõem 17% da amostra. Para esse grupo, 43% consideram Lula como regular, com taxas menores de rejeição (23%) e aprovação (31%). No contexto da avaliação de governantes, a classificação como “regular” geralmente tende a ser negativa.
No entanto, há também aspectos negativos na pesquisa para Lula. A expectativa em relação ao seu governo diminuiu, com 43% acreditando que será ótimo ou bom no futuro, em comparação com os 50% que pensavam assim em março. Aqueles que preveem uma gestão regular permanecem estáveis em 26%, mas aqueles que esperam uma piora, com Lula sendo avaliado como ruim ou péssimo, subiram de 21% para 28%. Com esses números atuais, Lula se equipara aos níveis de Bolsonaro no mesmo período de seu mandato.
Quanto à avaliação de seu desempenho, houve uma estabilidade geral na pesquisa. Apenas 17% acreditam que Lula fez mais do que se esperava, enquanto 53% acham que ele fez menos do que o previsto, e os mesmos 25% da pesquisa anterior acreditam que ele cumpriu as expectativas. Esses números são um pouco melhores do que os registrados por Bolsonaro no mesmo período de seu mandato: 11%, 62% e 21%, respectivamente.
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